Covid-19/OMS pede
a países ricos “moratória” na terceira dose de vacinas
Bissau, 09 Set 21(ANG) – A Organização Mundial da Saúde pediu quarta-feira aos países com taxas elevadas de vacinação contra a covid-19 que não avancem com uma terceira dose até final do ano, para reduzir a desigualdade mundial na distribuição de vacinas.
“Há
um mês eu apelei para uma moratória global das doses de reforço pelo menos até
ao fim de Setembro para permitir vacinar as pessoas de maior risco no mundo que
ainda não receberam a primeira dose. Hoje eu apelo a uma extensão da moratória
pelo menos até final do ano para permitir que cada país possa vacinar pelo
menos 40% da sua população”, afirmou o director-geral da Organização Mundial de
Saúde (OMS).
Em
conferência de imprensa a partir da sede da organização em Genebra, Tedros
Adhanom Ghebreyesus admitiu que a terceira dose é necessária para grupos de
maior risco, como doentes imunodeprimidos ou que não estão a produzir
anticorpos, mas salientou que não há prova científica do seu benefício em
pessoas saudáveis e vacinadas.
“Por
agora não queremos ver desperdício de vacinas de reforço para pessoas saudáveis
totalmente vacinadas”, alertou o responsável da OMS, ao avançar que os países
de alto e médio rendimento absorveram mais de 80% do total dos cerca de 5,5
biliões de doses administradas em todo o mundo.
Segundo
Tedros Adhanom Ghebreyesus, o objectivo global da OMS é que cada país vacine
pelo menos 10% da sua população até ao fim deste mês, 40% até ao fim do ano e
que 70% da população mundial esteja imunizada até meados do próximo ano.
“Nenhum
dos países de baixo rendimento atingiu estes objectivos” de vacinar 10% ou 40%
da sua população, lamentou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De
acordo com o director-geral da OMS, essa baixa taxa de vacinação deve-se, em
parte, ao facto de os fabricantes de vacinas “estarem a dar prioridade ou
estarem legalmente obrigados a cumprir, por acordos bilaterais, com os países
ricos”, o que faz com que os países mais pobres fiquem “privados das
ferramentas para proteger as suas populações”.
“Tem
havido muita conversa sobre a equidade das vacinas, mas muita pouca acção. Os
países ricos prometeram doar mais de um bilião de doses, mas menos de 15%
destas doses foram materializadas. Não queremos mais promessas. Nós só queremos
as vacinas”, salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Em
Portugal, em 01 de Setembro, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomendou uma
dose adicional da vacina contra a covid-19 para pessoas imunossuprimidas com
mais de 16 anos, prevendo a vacinação de menos de 100 mil utentes nos centros
de saúde.
“Fizemos
hoje a actualização da norma, incluindo uma dose adicional – uma nova
oportunidade de vacinação – para pessoas com imunossupressão e mais de 16 anos
e essa administração da dose é feita sob orientação e prescrição do médico
assistente”, adiantou na ocasião à Lusa a directora-geral da Saúde.
A
covid-19 provocou pelo menos 4.583.765 mortes em todo o mundo, entre mais de
221,81 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da
pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em
Portugal, desde Março de 2020, morreram 17.826 pessoas e foram contabilizados
1.050.719 casos de infecção confirmados, segundo dados da Direcção-Geral da
Saúde.
A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final
de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes
identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou
Peru. ANG/Inforpress/Lusa
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