Conselho Europeu aprova novas sanções contra Rússia
Bissau, 21 Mar 14 (ANG)
– Os líderes europeus aprovaram novas sanções contra Moscovo em resposta à
anexação da Crimeia, aumentando a lista negra de russos e ucranianos pró-Rússia
sancionados.
As medidas acrescentam 12 nomes aos 21
antes anunciados, que terão restrição de vistos e bens congelados.
A relação ainda não conta com nenhum
político da esfera próxima do presidente russo, Vladimir Putin, para que as
vias de diálogo se mantenham abertas.
Preparados para uma provável resistência da Rússia, os
chefes de Estado e governo dos 28 países concordaram em pedir à Comissão
Europeia para preparar uma série de medidas económicas contra Moscovo. O
Conselho Europeu aprovou a iniciativa por unanimidade.
O presidente francês,
François Hollande, declarou que “é preciso que a Rússia compreenda que não pode
seguir assim. Ela deve mudar. Não é permitido atentar contra a integridade
territorial nem movimentar fronteiras”.
Outra decisão de Bruxelas foi o envio de uma missão de
observadores a Kiev, caso os monitores da Organização para a Segurança e
Cooperação na Europa (OSCE) não desembarquem na capital ucraniana nos próximos
dias.
Esta iniciativa de monitoramento especial para a Ucrânia pretende
verificar a situação dos direitos humanos, questões étnicas e de segurança,
para aliviar as tensões depois que as tropas russas assumiram o controle da
Crimeia.
Todos os encontros bilaterais com Moscovo, inclusive a reunião de
Cúpula UE-Rússia, prevista para Junho, foram suspensos.
Nesta sexta-feira, a UE assinou parte do acordo de
associação com a Ucrânia, recusado pelo ex-presidente ucraniano Viktor
Yanukovich, em Novembro passado. O gesto é visto como um sinal de apoio
político do bloco ao governo interino do país.
Os dois lados firmaram apenas o
capítulo político do acordo, a sanção económica será aprovada apenas quando o
novo regime em Kiev se engajar no plano de reformas e luta anti-corrupção
exigidos por Bruxelas e pelo Fundo Monetário Internacional.
Washington adopta um tom mais agressivo nas retaliações à
Rússia. Ontem (20), a Casa Branca divulgou uma lista de pessoas que serão
sancionadas em transacções comerciais e terão seus bens congelados nos Estados
Unidos.
No total, são 20 russos que têm interesses na Crimeia e que são
próximos do presidente russo, Vladimir Putin. Entre eles, está o chefe de
gabinete do governo russo, Sergei Ivanov.
Em resposta, a Rússia também divulgou a sua lista que
inclui conselheiros do presidente Barack Obama e o senador republicano John
McCain.
Em Kiev, o presidente ucraniano Olexandre Turtchinov
recebe o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon para falar do temor da
anexação efectiva da Crimeia à Rússia. Esse encontro coincide com a reunião da
câmara alta do Parlamento russo que deve ratificar hoje a inclusão da Crimeia
ao território russo.
A tensão com o Ocidente já tem impacto no mercado. A
Bolsa de Moscovo reagiu mal às sanções da Europa e dos Estados Unidos e caiu
2,25% na manhã de sexta-feira.
A agência de notação de risco Fitch rebaixou a
perspectiva na nota da dívida russa para negativa. Hoje, os papéis russos são
classificados como 'BBB', a mesma nota do Brasil, considerada de segurança
média-alta para os investidores.
RFI
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