Autoridades sanitárias atentas ao surto de ébola na Guiné-Conakry
Bissau, 25 Mar 14 (ANG) - O ministro da Saúde
da Guiné-Bissau, Agostinho Cá, afirmou segunda-feira que o surto de ébola
registado na vizinha Guiné-Conakry não chegou ao país e garantiu que as
autoridades estão atentas.
"Recebemos
telefonemas de cidadãos preocupados. Quero tranquilizar toda a gente. Até agora
não temos conhecimento de nenhuma situação" de doença, afirmou Agostinho
Cá.Agostinho Cá sublinhou que os serviços de prevenção e promoção da Saúde Publica já tomaram conhecimento da situação e accionaram os mecanismos de alerta precoce nas regiões que fazem fronteira com a Guiné-Conakry.
As regiões de Tombali e Quinará, no sul, e Gabú, no leste, fazem fronteira com a Guiné-Conakry e registam um fluxo considerável de pessoas entre os dois países.
"Vamos criar uma comissão que vai trabalhar com as autoridades a nível central e regional" para monitorizar a situação, observou Agostinho Cá, sublinhando que a OMS e o Unicef são os principais parceiros da Guiné-Bissau em situações de surtos de doenças.
A Guiné-Bissau sozinha não tem capacidade para responder aos surtos epidémicos de doenças como cólera, paludismo, diarreias ou outras, lembrou Agostinho Cá.
As autoridades da Guiné-Conakry anunciaram que o vírus ébola foi identificado como a fonte de um surto de febre hemorrágica que matou 34 pessoas no país nas últimas semanas.
O ébola não tem tratamento nem pode ser prevenido por vacina. O vírus é fatal para 25% a 90% dos que o contraem, dependendo da estirpe, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O vírus é transmitido por contacto directo com sangue, fezes ou suor, por via sexual ou por contacto não protegido com cadáveres.
Agostinho Cá falava nesta segunda-feira à Lusa e RDP-África à margem de uma audiência com um grupo alemão, BW Energy, que quer ajudar as autoridades sanitárias na resolução do problema da energia nos hospitais.
O grupo quer montar centrais foto voltaicas nos principais hospitais guineenses, a começar no Simão Mendes (hospital de referência nacional), que terá energia dentro de 90 dias, assinalou Agostinho Cá.
O hospital Simão Mendes recebe energia eléctrica da rede pública, mas quase sempre há falhas no fornecimento, o que, disse o ministro, cria situações "muito complicadas" no atendimento dos pacientes.
"Às vezes, em plena cirurgia, ficamos sem energia", frisou Agostinho Cá.
ANG
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