Caju
Exportadores queixam-se de estrangulamentos no exercício
de actividades
Bissau 26 Ago 14 (ANG) -O vice-presidente da Associação
Nacional dos Importadores e Exportadores da Guiné- Bissau disse hoje que os
constrangimentos na comercialização da castanha de caju continua a ser o que
era nos anos anteriores.
Numa entrevista exclusiva à Agência de Noticias da
Guiné-ANG, Fernando Flamengo disse que o que tem variado é o preço de
exportação do produto.
Referiu que as taxas continuam altíssimas, faltam
equipamentos no porto, ainda se faz a cobrança do Fundo de Comercialização e
industrialização de Produtos Agrícolas (FUMPI), e que as intervenções arbitrárias
de agentes nas estradas ainda persistem.
“Continuamos com uma comissão de alvarás que ninguém
percebe o que faz, quer dizer todos os anos a mesma história: vamos fazer,
vamos cumprir, teremos normas regidas e no fim dão muito mais alvarás do que
anterior, e a dão, a quem não tem direitos a tê-lo pelas normas. E aqueles que
deviam ter esta licença, que têm tudo em dia, são os que se vêm aflitos, as vezes,
para o conseguirem. Por isso digo que em linhas gerais está tudo na mesma;
“lamentou Flamengo.
O Presidente da Associação Industrial da Guiné- Bissau adiantou
ainda que há os que chamou de empregados do estado que fingem estar a cumprir
os regulamentos e as leis existentes sem o fazerem, porque continua a ver
empresários que não pagam as taxas de exportação, que não pagam o FUMPI,
continua a fuga da castanha de caju para as fronteiras numa quantia que
aproxima aos 70 mil toneladas e o pais fica com transtornos de toda a ordem.
Segundo Flamengo os que estão sempre com problemas na
realidade são os exportadores.
“Eles é que hipotecam tudo que têm para poderem fazer a
campanha. São eles que pedem dinheiro aos bancos para a
campanha e o pagam com juros muitas das vezes em aflição.
São os que dão
emprego à milhares de pessoas durante os meses de campanha. São eles que alugam
os armazéns, eles é que pagam todos os impostos, não os produtores nem intermediários, e que é tudo em cima dos exportadores” queixou-se Fernando Flamengo.
O empresário acrescentou que no fim o exportador paga 200
dólares por cada tonelada para poder exportar o caju, um produto que na sua
opinião devia ser “ a alavanca do sector empresarial” para que possa fazer
lucros e competir com empresários estrangeiros e investirem no país.
“ Vamos ver se
agora, com o novo governo, essa situação se modifique”, disse Flamengo.
ANG/MSC/SG
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