Caju
Proprietários das Hortas
preocupados com atrasos na colheita
Bissau
23 Mar 15 (ANG)-Os proprietários das hortas de caju estão optimistas de que este
ano a campanha da comercialização pode vir a ser melhor do que de ano passado,
não obstante os atrasos na colheita.
O Ponteiro Armando Pereira |
De
acordo com uma auscultação feita pela Agência de Noticias da Guiné(ANG) junto dos
proprietários dos pomares de caju nas zonas de Cumura, arredores de Bissau, os
ponteiros dessa localidade foram
unânimes em manifestar as suas preocupações em relação ao começo tardio da
colheita de caju.
António
Armando Pereira, proprietário da ponta com o mesmo nome disse que, neste
momento, não estão a vender as suas castanhas, porque ainda estão na fase de
colecta e secagem para depois armazenar para só depois ir para a fase de venda,
em cumprimento das orientações da Agência
Nacional de Caju (ANCA).
Perguntado
sobre a razão de não estarem a vender a castanha uma vez que já há um preço
indicativo estipulado pelo Governo que é no valor de 300 francos CFA
por quilo, Armando Pereira disse que uma parte da sua castanha vai directamente
para o processamento e transformação e a outra parte vai para venda em bruto.
O Ponteiro Ibraima Djalo |
“Mas
como vê estamos parados a espera do início da campanha porque na prática a
campanha ainda não começou porque as castanhas ainda não estão na sua fase
madura, e além de mais, os cajueiros não reproduziram muito este ano e já
estamos quase no mês de Maio", lamentou.
Disse
que o preço estipulado pelo Governo é razoável e compensa pelo menos os custos
da limpeza dos pomares e outras despesas inerentes e pode até vir a subir
dependendo da boa ou má colheita deste
ano.
António
Armando Pereira disse ainda que não está a ver a produção de caju deste ano com
bons olhos, frisando que, tal se deve a baixa
temperatura que assola o país principalmente no período da noite.
Informou que apesar dos constrangimentos
causados pela demora na colheita o preço-base estipulado pelo governo está a
ser respeitado pelos compradores.
O processo de tratamento da castanha |
Aconselhou
os demais donos das hortas a conservarem bem as suas castanhas para esperar a evolução da campanha, “porque as expectativas são muito boas”.
Por
seu turno, Ibraima Djalo, encarregado da
horta "Isabel Romano Vieira" sito na Ponta Gardete também lamentou o
atraso da produção de caju e disse que não estão ainda a vender a castanha
porque a quantia recolhida ainda não é suficiente para o efeito.
“Não
podemos vender porque a quantidade que apanhamos não são suficientes para
recuperar os custos da produção.O trabalho da horta envolve muita gente que deve ser pago.Iniciar a venda
da castanha neste momento só acarreta perdas”, disse.
Ibraima
Djalo adiantou que não espera boa colheita neste ano porque no período homólogo
no ano passado os cajueiros já tinham frutos suficientes para a colheita.
Afirmou
que há frutos e flores nas árvores mas a falta da temperatura é que está a
condicionar a colheita porque “o caju não gosta de frio é uma fruta quente”.
Contudo,
Ibraima mostra-se esperançado no bom desenrolar da campanha uma vez que o preço
inicial de 300 francos CFA está a ser respeitado pelos comerciantes;
Acrescentou
que, se houver boa colheita, o preço até
pode vir a subir para 400 ou 500 francos CFA, o quilo, tal como
aconteceu no passado. ANG/MSC/SG
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