“Há
mais embarcações de estrangeiros no nosso mar do que de nacionais”, denuncia Nelson
Sano
Bissau, 07 Abr15 (ANG) - O
Director-geral da Pesca Artesanal lamentou hoje o facto de haver mais canoas de
estrangeiros a pescarem no mar guineense.
Em entrevista à ANG este responsável
disse ainda que os pescadores estrangeiros fazem a pesca com embarcações de
motores fora do bordo, contra os guineenses que são a minoria neste subsector e
muitos deles, com embarcações a remo e que só levam dois ou três pessoas cada.
Segundo este responsável, esse
facto impede aos muitos nacionais de fazerem capturas de grande quantidade nas
suas actividades pesqueiras.
Para inverter esta situação,
o DGPA disse que o governo está a levar a cabo uma política de apoio aos
pescadores nacionais com embarcações de maior capacidade e a motor, capaz de
levar a bordo até cinco pessoas.
E a título de exemplo, lembrou
de quatro embarcações concedidas ao centro de pesca artesanal de Cacine, sul do
país que deverão garantir, pelo menos, vinte postos de trabalho aos pescadores
para assegurar o abastecimento local do pescado.
“É preciso incentivar a
nossa camada juvenil a ter interesse pelo sector pesqueiro”, defendeu para
acrescentar que “diferentemente dos senegaleses, por exemplo, que “começam a
lidar com a actividade piscatória desde pequeno”, rematou.
Para resolver este e outros
problemas, disse que a actual orgânica da Secretaria de Estado das Pescas e
Economia Marítima cria a Direcção-geral da Formação, para sensibilizar os
jovens para encararem o sector das pescas para “engrossar a fileira” e, assim,
gerar novos postos de trabalho.
Por outro lado, Sano disse
que acontece situações de existência de navios industriais no país que “querem
os nacionais”, mas no entanto, lhes faltam a devida especialização.
“Estas embarcações acabam
por contratar os estrangeiros com mais aptidão em matéria da pesca”, referiu.
Abordado sobre um eventual acordo entre as autoridades
guineenses e a empresa Chinesa denominada “Corporação Nacional da República
Popular da China”, Sanó disse que este assunto está a ser tratado ao “nível
superior”.
Nelson Sanó afirmou por
outro lado, que todo o investimento no subsector da pesca artesanal visa fundamentalmente
reduzir o desemprego e consequentemente, fazer crescer a economia guineense,
como prevê o Documento Estratégico Nacional para a Redução da Pobreza, o DENARP,
em relação ao sector das pescas.
De acordo com Carlos Nelson
Sanó, o mais importante é que o sector privado assuma a “dinâmica” do sector
das pescas e que o governo, por sua vez, se limita a traçar políticas
sectoriais, com vista ao desenvolvimento do mesmo.
Nelson Sanó referiu que ultimamente,
tem sido verificado um crescente interesse de particulares sobre esta área e a titulo de exemplo cita o centro de pesca
artesanal de Cacheu cuja exploração esta
a registar muitas solicitações .
Finalmente, o Director-geral
da Pesca Artesanal exortou à todos os guineenses e, em particular, ao
empresariado nacional a se interessar e a investir neste subsector pesqueiro,
em prol do desenvolvimento do país.
ANG/QC/SG
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