Autoridades da área relançam
Centro de Pesca de Cacine
Bissau,
09 Abr 15 (ANG) - A Direcção Geral da Pesca Artesanal prepara o relançamento do Centro de Pescas de Cacine
(sul do país), onde já afectou quatro embarcações aos pescadores locais.
A
informação foi dada à Agência de Notícias da Guiné - ANG pelo seu
Director-geral, Carlos Nélson Sanó .
De acordo com este responsável, pretende-se que
o centro funcione a título piloto, para depois, caso for bem sucedido, sejam
criados centros idênticos nomeadamente em Cacheu (norte), Bafatá e Gabú (leste).
O
Centro de Pescas de Cacine foi criado no âmbito da cooperação entre os governos
da Guiné-Bissau e do Japão.
Segundo
Nélson Sanó, devia iniciar os trabalhos em 2012, com a conclusão das obras mas
tal não aconteceu devido ao golpe militar de Abril desse ano.
O
centro foi criado para apoiar a actividade piscatória naquela zona, e deve ter
uma gestão autónoma, através de um comité que integra, um representante de
associação de pescadores, uma representante das mulheres que vendem o pescado,
um do poder local, do poder tradicional e um da Secretaria de Estado das
Pescas.
“Neste
momento, o comité já está constituído e estamos a trabalhar na elaboração de
regulamentos, para permitir uma gestão mais justa, transparente e rentável do
centro”, disse Sano.
A maioria dos pescadores daquela zona faz as suas actividades com canoas a remo.
“Se
queremos rentabilizá-los, aumentar o emprego e fazer crescer a economia, temos
que ajuda-los a sair desta situação”, defendeu.
O
Director-geral da Pesca Artesanal referiu que para além das quatro embarcações “equipadas”
concedidas ao centro, antes, os respectivos pescadores “identificados pelas
próprias associações”, haviam recebido treinamento
em tecnologias modernas da pesca para se abdicar, nomeadamente, de práticas
nefastas.
“Quem conhece as novas tecnologias, vai ao mar
a altura que quiser e consegue o peixe, sem nenhum preconceito de existir dias
em que o “ mar não aceita a pesca”, conhecido tradicionalmente em crioulo como,”
iago dana”.
Por
isso, segundo Sano, a Administração das Pescas pretende com o slogan” iagu nunca dana”,
mostrar que os “homens do mar” podem, com conhecimento e materiais avançados,
pescar a qualquer altura e com sucesso.
Assegurou
que estão em curso os planos para a sua operacionalização.
Outros
projectos existentes mas igualmente
parados são os contentores frigoríficos
de Gabú, Canchungo, Bafatá e Farim .
Sanó
afirma que os mesmos estão a ser reabilitados para permitir que estas localidades tenham acesso ao pescado em
boas condições.
Disse que o processo de “reparação total dos
mesmos” se encontra numa fase avançada, estando o de
Canchungo já pronto devendo os
restantes ficarem igualmente concluidos até ao final de Abril.
Para
fazer face a crise do consumo do peixe no país, Nelson Sano disse que a
Secretaria de Estado das Pescas tem em carteira, um projecto de instalação de
novas câmaras frigoríficas ao nível do país, com vista a conservar o pesca
do, que será distribuído a partir de Bissau.
Este
responsável garantiu que, segundo os planos deste pelouro governamental, o
mesmo será implementado ainda este ano, para também contribuir para a redução
do preço deste produto no mercado interno.
Para
o efeito, Nelson Sanó acrescentou que já foi lançado um concurso para a criação de fábricas de gelo
em Uracan ( ilha no sul), em Bafatá e Gabú (zona leste) para assistir qos
pescadores das respectivas áreas.
A
ideia é, segundo o DGPA, incentivar o sector privado a investir neste sector.
Sano
anunciou nesta entrevista à ANG que
brevemente, haverá um despacho que baliza, em termos concretos, o acesso à
pesca artesanal.
Segundo
a Lei que regula a pesca artesanal no país, uma embarcação não pode ultrapassar
18 metros de comprimento e o seu respectivo motor pode ter no máximo 60 cavalos.
ANG/QC/SG
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