Funcionários
da “Alfredo Miranda” acusam o estado de persseguir a empresa
Bissau, 15 set 17
(ANG) – Funcionários da empresa “Alfredo Miranda” manifestaram-se hoje
indignados face ao que consideram de “perseguição de Estado” movida contra o
proprietário da mesma.
É que nos últimos 3
meses, segundo os funcionários que falaram em conferência de imprensa, a
empresa tem sido confrontada com exigências de pagamento sucessivos de taxas e
impostos por parte do Ministério das Finanças e da Câmara Municipal de Bissau,
os quais consideram de inexistentes.
De acordo com Olívio João
Barbosa, responsável da Loja-2 da empresa “Alfredo Miranda”, o que na realidade
acontece, se configura em meros actos de pressão visando o encerramento definitivo
da “Alfredo Miranda”.
“Será que é a única
empresa existente no pais? Afinal de contas, o que se passa”, questionou
indignado recebendo um coro de protesto da parte de colegas. Sublinhou que a
divida exigida pelo Ministério das Finanças num valor de mais de 270 milhões de
francos CFA, não existe, porque este não
apresentou as pecas que a justificam.
Atestam que a empresa
foi encerrada durante 5 dias a partir do dia 18 de Agosto ultimo, mediante o mandado
de encerramento dos Serviços de Contencioso, Legislação e Estudos (SCLE) da
Direcção Geral de Contribuição e Impostos assinado pela sua responsável, Ilda
Porcila da Cunha Gomes Sá, contra o pagamento de cerca de 28 milhões de francos
Cfa de contribuições Industrial de 2016.
Passados 4 dias
depois desta data, a empresa foi depositar a quantia exigida, mas
estranhamente, segundo os funcionários, o valor constante no recibo era
inferior ao pago pela “Alfredo Miranda”, ou seja, como pode constatar a ANG,
constam apenas cerca de 25 milhões.
Questionado pelos
advogados da empresa sobre a necessidade da reabertura da mesma, os SCLE
confirmou em correspondência o montante de facto recebido, mas, no entanto,
realçou que o valor não correspondiam “nem um quarto” da divida da “Alfredo
Miranda” que ascende aos 275 milhões de fcfa.
“Sendo assim,
indeferimos o vosso pedido e ele só será atendido com o pagamento de pelo menos
metade do valor total da divida e um acordo escrito em que o cliente se
compromete a liquidar o remanescente num determinado período”,diz os SCLE.
Os funcionários
consideram de inexistente a divida cujo pagamento é reclamado, e alegam que o Ministério das Finanças não consegue
apresentar o seu justificativo.
“Desta perseguição, ou pretendem que o
proprietário, que é guineense, desista e vá investir num outro pais?”, questionou
João Barbosa acrescentando que , se assim for, serão os cerca de uma centena de
funcionários que estarão condenados à
pobreza.
Acusou ainda a CMB de
ter enviado supostos agentes seus para proceder a cobrança de suas taxas sem
que, no entanto, estes estejam devidamente credenciados, assim como os do Ministério
do Comercio que depois de concluída a inspecção exigiram gorjetas ao
funcionário da casa.
De acordo com este
jovem, a situação é injusta e anormal, pois mesmo existindo tal divida a
solução não devia ser o encerramento da
empresa mas sim a promoção de um diálogo para ultrapassá-la, “porque as empresas
nacionais devem ser protegidas pelo
próprio Estado, tendo em conta o seu papel na promoção de emprego e combate a
pobreza”.
Instado a responder a
este rol de acusações, a responsável do SCLE não só recusou como também reagiu
violentamente expulsando de forma deselegante do seu gabinete de trabalho os
repórteres da ANG, Nô Pintcha e Rádio Bombolom.
ANG/JAM/SG
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