Fórum
de Concertação de partidos políticos anuncia recurso à desobediência civil se Acordo de Conacri não
for aplicado
Bissau, 22 Set 17 (ANG) – O Espaço de
Concertação Política dos Partidos Democráticos afirmou hoje que, se nos
próximos tempos, não se registar acções concretas para aplicação do Acordo de
Conacri e a resolução da crise política que abala o país, há mais de dois anos,
irão convocar actos de desobediência e manifestações publicas.
O Fórum engloba seis formações políticas
nomeadamente, o Partido Africano da Independência da Guine e Cabo-Verde
(PAIGC),União para a Mudança (UM),Partido da Convergência Democrática
(PCD),Partido da Unidade Nacional (PUN),Movimento Patriótico (MP) e o Partido
de Solidariedade e Trabalho (PT).
Falando em conferência de imprensa, em nome
do Fórum, o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira disse que vão convocar
essas manifestações politicas por forma a dar corpo ao presente manifesto de
inconformismo e denúncia da subversão da ordem constitucional em que o país se
encontra.
Simões Pereira referiu que, cumpridos os 90
dias pedidos pelo Presidente da República na Cimeira da CEDEAO, em Monróvia, na
Libéria, salta a vista a intenção de
manter manobras dilatórias para a continuidade de um Governo ilegal,
inconstitucional e caduco.
Criticou
que a postura que o Chefe de Estado tem mantido
desde o início da crise vigente é acusar
pessoas de corrupção e nepotismo para depois afirmar que não se lembra,
escolhendo sempre o caminho de discórdia, do separatismo, das inverdades, do
conflito e do aproveitamento político.
“Ainda que poucos podiam acreditar que o José
Mário Vaz fosse tão longe, ao ponto de, após o pronunciamento do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, exigindo a nomeação de um novo Primeiro-ministro, em
conformidade com o Acordo de Conacri, fazer se representar na Assembleia Geral
da Organização pelo seu Chefe de Governo Inconstitucional.Uma atitude de total
desrespeito a comunidade internacional vocacionada para a prevenção dos
conflitos e a promoção da paz e do direito internacional “,disse.
Face ao que esses partidos consideram de “atitude de irresponsabilidade e desprezo
pelos parceiros políticos internos e internacionais” e após três meses de
absoluto silêncio, “em que o espaço de concertação escolheu não mover qualquer
acto político que pudesse ser entendido como de perturbação da intenção de
cumprimento assumido pelo Chefe de Estado”, os partidos decidem declarar fim de
tréguas e convocar as suas respectivas bases de apoio, os demais partidos
políticos guineenses, a sociedade civil, e o povo, para juntos, “pôr fim a
situação política prevalecente e resgatar o Estado de Direito Democrático”.
O grupo exorta a Comunidade Internacional a assumir as
suas responsabilidades e fazer respeitar a decisões da CEDEAO, União Africana e
do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Também responsabiliza o Presidente da
República e o seu governo pelas consequências que derivam da “presente teimosia
em não cumprir com os acordos assumidos e as deliberações de organizações internacionais
a que o país esta vinculado”.
Lamenta que a atitude do José Mário Vaz impede
o levantamento das sanções sobre Guiné-Bissau particularmente sobre os
militares que têm tido um comportamento positivo, exortando à estes a se
manterem distanciados do jogo político.
O fórum alerta para a gravidade da actual situação,
“forjada e sustentada pelo Chefe de Estado que, está a provocar o
comprometimento das promessas da Mesa Redonda de Bruxelas, e adiar, de forma
irreversível, o atendimento das necessidades básicas e fundamentais da
população guineense”.
ANG/MSC/ÂC/SG
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