Costa afirma que seria excelente acordo em 2018 sobre liberdade de
circulação na CPLP
Bissau, 20 Set 17 (ANG) – O primeiro-ministro
português afirmou hoje que seria excelente se a liberdade de circulação na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) se concretizasse até 2018,
ainda na presidência brasileira, defendendo que há vontade política, embora,
também, problemas técnicos.
António Costa assumiu esta posição na terça-feira à
noite, no final de uma reunião de pouco mais de uma hora com chefes de Estado e
de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu na
sede da missão permanente do Brasil nas Nações Unidas, sob a presidência de
Michel Temer.
Entre os chefes de Estado presentes na reunião
esteve o Presidente da Guiné Equatorial, Teodore Obiang. Angola e Moçambique
estiveram representados pelos respetivos embaixadores nas Nações Unidas.
Perante os jornalistas, António Costa referiu-se ao
estado em que se encontram as negociações na CPLP no que respeita a uma maior
liberdade de circulação dos cidadãos entre os diferentes países da comunidade.
O primeiro-ministro português afirmou que “há um
acordo de princípio” que “requer um trabalho técnico, já que se exige
compatibilização entre diferentes legislações”.
Para muito em breve, segundo António Costa, está
marcada uma nova reunião técnica sobre este tema, razão pela qual disse
acreditar que se “está a avançar”.
Neste contexto, o primeiro-ministro português
salientou que a CPLP “não pode ser só um processo de coordenação política e
económica, tendo também de enraizar-se no dia-a-dia dos cidadãos”.
“Para isso, nada melhor do que liberdade de
residência, reconhecimento dos títulos académicos ou a portabilidade dos
direitos sociais”, completou.
Questionado sobre um calendário para haver uma
conclusão no processo político sobre liberdade de circulação, António Costa
referiu que o Brasil tem a presidência da CPLP “até setembro de 2018”.
“Acho que se concluíssemos na presidência
brasileira seria excelente. Senão Cabo Verde, que assume a presidência da CPLP
a seguir, tem dado a este tema uma grande prioridade. Mas há vontade política
entre todos e os problemas técnicos deverão ser ultrapassados”, advogou o líder
do executivo português.
Nas suas declarações, o primeiro-ministro
classificou ainda como “importante que a CPLP continue a coordenar a sua ação
nas diferentes plataformas multilaterais”.
E deu um exemplo concreto para justificar a sua
posição: “Se hoje temos um secretário-geral das Nações Unidas [António
Guterres] de língua portuguesa, deve-se também ao trabalho que todos fizemos em
conjunto no ano passado para a sua eleição”.
“Considero que é muito importante que a coordenação
política se mantenha. Este encontro também se destinou a fazer o ponto de
situação no que respeita à forma como está a ser executada a nova visão
estratégica da CPLP. Destacámos igualmente a importância dos oceanos e foi
analisada a agenda 2030”, acrescentou.
ANG/Inforpress/Lusa
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