Novo PR promete “importante frente de luta” contra
a corrupção
Bissau, 27 Set 17
(ANG) - O novo Presidente angolano, João Lourenço, prometeu terça-feira que o
combate ao crime económico e à corrupção será uma "importante frente de luta"
e a "ter seriamente em conta" no mandato de cinco anos que agora
inicia.
A posição foi
assumida por João Lourenço na cerimónia oficial de investidura como novo chefe
de Estado angolano, que decorreu em
Luanda, perante milhares de pessoas que assistiram igualmente à despedida de
José Eduardo dos Santos, após 38 anos no poder.
"A corrupção
e a impunidade têm um impacto negativo direto na capacidade do Estado e dos
seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o
nosso povo a trabalhar em conjunto para estripar esse mal que ameaça seriamente
os alicerces da nossa sociedade", afirmou João Lourenço, perante uma forte
ovação popular.
No primeiro
discurso enquanto novo chefe de Estado angolano, João Lourenço traçou o
objetivo de combater as desigualdades sociais ou a mortalidade infantil,
prometendo que os "anseios e expectativas dos cidadãos" vão constar
"permanentemente" da agenda do executivo e que vai regularmente
"auscultar" a população.
"O nosso lema
será renovação e transformação na continuidade. Melhorar o que está bem e
corrigir o que está mal", sublinhou.
Controlar a taxa
de inflação - numa altura em que o país permanece mergulhado numa forte crise
económica, financeira e cambial - aplicando "regras rígidas" de
política cambial e fiscal, com uma "atenção" virada igualmente à
banca para garantir a "credibilidade internacional", foram outras
promessas deixadas por João Lourenço no discurso de investidura, ao qual
assistiu o Presidente cessante, José Eduardo dos Santos.
A reforma do
Estado entra igualmente nas prioridades do novo Governo angolano, para
"permitir o desenvolvimento harmonioso sustentável do território e das
comunidades", prevendo a "descentralização de poderes, a
implementação gradual das autarquias e a municipalização dos serviços em
geral".
"A estrutura
do Executivo será reduzida de modo a garantir a sua funcionalidade sem
dispersão de meios e evitando o esbanjamento e o desperdício de recursos que
são cada vez mais escassos", apontou ainda Lourenço.
Nesta lógica
insere-se a promessa de reduzir a burocracia na administração pública,
nomeadamente para propiciar o investimento privado e com isso garantir a
industrialização do país e o consequente aumento das exportações, com a aposta
a passar pela agricultura, pecuária e pescas, entre outros setores que João
Lourenço aponta como alternativas ao petróleo.
Neste mandato, o
novo Presidente angolano promete fazer uma revisão do Programa de Investimentos
Públicos e entrega da sua gestão a privados, para garantir uma maior
eficiência.
Melhorar a
prestação de cuidados de saúde e a educação em Angola, com o reforço da
capacitação de quadros angolanos, foram igualmente prioridades fortemente
ovacionadas durante o discurso de João Lourenço, que assumiu ainda o
compromisso de modernização das Forças Armadas Angolanas.
"Como é fácil
de constatar, são enormes os desafios que temos pela frente, de modo a
conduzirmos com êxito os destinos do nosso país, a honramos os heróis da nossa
história e a prepararmos um futuro melhor para as atuais e as gerações
vindouras", concluiu João Lourenço, num discurso de quase uma hora, ao
qual assistiram cerca de duas dezenas de chefes de Estado e de Governo.
ANG/Lusa
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