Greve/Secretário-geral da UNTG pede veto do Presidente da República ao OGE/ 2021
Bissau, 08 Jan 21
(ANG) – O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) pediu
ao Presidente da República para vetar o
Orçamento Geral de Estado(OGE) para o ano económico 2021, aprovado recentemente
pelos deputados.
O apelo foi feito hoje em conferência de imprensa por júlio Mendonça sobre o balanço da primeira semana de greve geral na função pública guineense.
Mendonça sustentou
que o actual OGE é exploratório e injusto para o povo, porque demonstra que as
receitas do Estado vão ser concentrados
para os políticos.
“Nunca vi este modelo
de orçamento na Guiné-Bissau. Um orçamento explorador e injusto como este. Chamamos a atenção desde as
reuniões do Conselho Permanente de Concertação Social, de que este orçamento não é ideal para a Guiné-Bissau e convido aos cidadãos
nacionais a abandonarem o país se este orçamento for implementado”, afirmou
Júlio Mendonça.
Acusou os deputados
de não ter a noção do documento que aprovaram, acrescentando que explicaram aos
deputados sobre as consequências que o orçamento pode ter no tecido social guineense.
“Antes de aprovarem o OGE os representantes do
Povo debateram o orçamento da ANP,
porque, sabem de ante-mão, o que consta no orçamento de estado ou seja, do
aumento de mordomias para os responsáveis dos órgãos de soberania, em que
os próprios ministros têm direito a subsídios.
Os deputados aproveitaram então para pedir aumentos, não só do seus salários, como
também do valor das senhas de presença nas sessões da plenária”, salientou.
Segundo Júlio
Mendonça, tudo isso demonstra que as receitas do Estado estão apenas
concentradas para o consumo de um grupo de
dirigentes e deputados.
“Isso significa que
estamos a caminhar para uma situação de penúria e de aumenta do sofrimento do
povo guineense, porque os impostos que foram instituídos serão pagos
por todos”, disse.
Para Júlio Mendonça o país está perante uma anarquia e
desgovernação, por isso promete uma luta
sindical para que o Estado volte ao seu ritmo normal de funcionamento.
Em relação a primeira
vaga de greve, de oito dias, que hoje termina, o sindicalista disse que não
recebeu nenhum contacto formal da parte do governo para uma eventual negociação,
razão pela qual, segundo disse, já avançou com novo pré-aviso de greve para
iniciar no próximo dia 18. ANG/LPG/ÂC//SG
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