“A escolha de actual líder do PAIGC foi
guiada pela razão”, diz Fafali Kudawo
Bissau, 27 Fev 14 (ANG) – A escolha de Domingos Simões Pereira
para liderar o PAIGC foi uma opção guiada pela razão e fundada em méritos do
próprio, pois é uma personalidade consensual.
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Domingos Simões Pereira |
A opinião é do analista politico
e Reitor da Universidade Colinas de Boé (UCB), quando instado quarta-feira pela
Agência de Notícias da Guiné-ANG a proceder a anaálise da actual situação
interna dos libertadores.
Fafali Kudawo entende que a nova
liderança mostra claramente uma evolução dos libertadores, pois o líder
escolhido possui inteligência política como ficou patente na sua decisão de, no
momento propício, aliar - se com a velha guarda para tirar o partido do impasse
reinante na altura.
“Isto é um sinal de
inteligência política. A política se faz com os meios disponíveis mais também
respeitando os princípios. Assim, Domingos Simões Pereira mostrou-se fiel ao
seu princípio, um princípio de renovação da liderança mas que soube compor-se
com a realidade do partido”, elogiou.
“Hoje a velha guarda tem um
posicionamento muito forte e o líder que quiser consensos no partido deve
contar com eles. Portanto, é uma aposta num líder jovem que já deu provas nas
funções que desempenhou e que possui perfil para procurar consensos e é isso
que o partido mais precisa” acrescentou o analista.
Ao comentar a providencial
cautelar emitida no supremo Tribunal de Justiça por alguns militantes do
partido que se manifestaram inconformados com a composição dos membros do
Comité Central e do Bureau Politico do partido, limitou-se a dizer que o
congresso de Cacheu foi renhido e “naturalmente” havia que deixar traços de
dores.
“Isso porque muitas
expectativas foram frustradas. No entanto, é preciso também que se veja que uma
liderança coerente dentro do partido deve contar com a maioria das pessoas que
estão em sintonia com a linha vencedora no congresso” vincou.
Ainda de acordo com Fafali Kudawo é uma ilusão pensar que,
tomando e misturando toda a gente é que se pode obter a paz, pois existe aquilo
que se chama “paz podre”, ou seja, “é quando alguém importa problema e os arrecada
em casa pensando que por os ter guardado já não vão fazer mal”.
“É bom também saber perder
quando se trava uma batalha. A derrota não significa que o perdedor não tenha
razão, as vezes possui razão, mas o momento, a lógica e a coerência exige que
saiba aguardar uma outra oportunidade para fazer valer as suas ideias”,
aconselhou o analista.
“Não deve haver a política
de barriga, ou seja, de quem perder deve conseguir algumas prendas de
consolação” criticou Fafali Kudawo que entende que esta maneira de encarar a
política não é boa.
Citou o analista político Francês,
Françoir Baia, que considera a posição de “política da barriga”, isto é, “querer
a todo custo” estar entre os que estão na mesa.
O analista indicou que, as
vezes, é melhor não estar na mesa para assim poder acompanhar melhor o que se
passa lá e emitir comentários críticos e construtivos.
Fafali Koudawo analisou o desfile dos
candidatos interessados em obter o apoio do partido para concorre as
presidenciais de 13 de Abril.
.Sobre o assunto considerou
o número dos pretendentes de “elevado”, pelo que o partido vai ter que peneirar
e escolher uma figura entre eles, que seja
portadora de maior consenso possível. “Caso contrário haverá divisão novamente
no partido” advertiu.
“A escolha do partido deve
ser norteada, primeiro; no facto da figura a eleger venha a representar um
símbolo de Unidade Nacional.
Segundo; a pessoa deve ser capaz de saber governar bem depois. Em último lugar o eleito
deve servir também de locomotiva na campanha eleitoral que se avizinha.
“E se o presidente e o
Primeiro-ministro já indigitado pelo partido conseguirem formar a dupla
desejada, seria um grande benefício eleitoral para o partido”, disse.
Quanto a pretensão do ex-primeiro-ministro,
Carlos Gomes Júnior, de concorrer as presidências com apoio do partido, Fafali
Koudawo sublinhou que a resposta dada pelo actual presidente do PAIGC não podia
ser melhor.
O analista elogiou o facto
de o líder dos libertadores ter questionado se seria momento propício para o regresso
de “CADOGO”, qualificando esta tomada de posição como “resposta ajuizada”.
“Esta resposta pode levar,
tanto os opositores como os partidários
do Cadogo, a se reflectirem de maneira ponderada. E se vier a ser eleito
Presidente, terá segurança, que tanto pede, para coabitar com as forças que o
derrubaram no passado”? questionou.
ANG/MSC/JAM/SG