Jornalistas
pedem mais verba no OGE dos países africanos para sector de WASH
Cotonou, 24 Fev. 14 (ANG) - Milhares
de africanos vão continuar a morrer, enquanto os governos dos respectivos países
não aumentarem as verbas afectadas ao sector de água, higiene e saneamento
(WASH), no quadro do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Foi a conclusão a que
chegaram os cerca de 30 jornalistas e representantes das organizações de
sociedade civil africanos reunidos num atelier entre 18 e 20 do mês em curso em
Cotonou, Benim.
Com efeito, os reunidos entendem
que os Ministros das Finanças Africanas jogam papel preponderante nas acções de
sensibilização junto aos respectivos executivos para que os meios financeiros alocados
ao sector de WASH sejam aumentados.
Os seminaristas manifestaram
sua estranheza pela falta de interesse que se constata dos executivos africanos
ao sector WASH. Isso diante do drama que diariamente se vive pela falta ou
consumo de água imprópria, ausência de higiene e saneamento de base.
“O Acesso a agua e saneamento é uma questão de
saúde pública. Devemos todos trabalhar para sensibilizar os Ministros das
Finanças dos nossos países dotarem fatia significativa ao sector de WASH”,
estimulou a chefe do Programa de Advocacia e Comunicação do Concelho de Concertação
para Agua e Saneamento (WSSCC).
Amanda Merlin deplorou o
facto de as módicas quantias destinadas ao sector em referência pelas
autoridades nacionais serem contraditórios com as promessas feitas nos vários
encontros internacionais, nomeadamente em 2008 na localidade de Thekwini, África
do Sul.
“Os governos devem
compreender que os investimentos feitos nestes sectores são recuperados,
através do aumento de produção, redução de despesas ligadas a doenças, enfim, um
aumento ao nível macroeconómico”, advertiu esta responsável, que de seguida calculou
que por cada dólar gasto na prevenção contra doenças, o governo ganha 5.
Entretanto, os reunidos em
Benim concluíram que ao longo dos anos, os autores privilegiaram construções de
infra-estruturas ligadas ao sector, em detrimento das acções de sensibilização
com vista a mudança de comportamento da própria população em relação a
observância de condutas que lhe garantam a saúde.
“Portanto, devemos encontrar
uma combinação equilibrada de mudança de comportamento e de construção a grande
escala de obras de saneamento”, sugere a Ministra de Saúde de Benim, Dorothée
Kinde Gazard, ao intervir na abertura do atelier sob o tema; “Atelier Regional
de Advocacia, Comunicação e Seguimento dos Engajamentos em Matéria de Água e Saneamento
dos Países Africanos”.
(José
Augusto Mendonça, enviado especial da ANG)
Sem comentários:
Enviar um comentário