Crise política
Liga dos Direitos Humanos critica
Presidente da República pela “paralisia do país”
Bissau
04 Set 15 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) acusa
o chefe de estado de ser o responsável pela “paralisia do pais”, em
consequência da demissão do Governo, no passado dia 12 de Agosto.
Presidente da LGDH |
Numa
entrevista concedida quinta-feira à Rádio França Internacional (RFI), Augusto
Mário da Silva disse que é complicada a situação em o país se encontra, apesar
da sua organização ter, no passado, chamado a atenção pela “incerteza” em que
se iria mergulhar o país com uma queda do Governo.
“Neste
momento estamos, efectivamente, numa situação de incerteza e insegurança
total”, afirmou.
Segundo
Augusto Mário, o país já se encontra a 21 dias sem governo e completamente
paralisado com os preços de produtos da primeira necessidade à dispararem estando
já alguns produtos a escassear no mercado.
O
líder da LGDH denunciou um clima de desconfiança da parte de alguns operadores económicos que estão com o receio de
importarem produtos para depois não vierem a recuperar os seus investimentos.
“Esta situação só tem um responsável- o
Presidente da República, José Mário Vaz, que mais uma vez conduziu o país para
uma situação de incerteza e bloqueio interno”, disse.
Augusto Mario da Silva referiu entretanto que a esperança do país está mãos dos órgãos
judiciais do país, nomeadamente, o Supremo Tribunal de Justiça (SJT) que está
neste momento a apreciar as últimas
decisões do chefe de Estado para, num breve prazo, pronunciar-se sobre o caso.
Segundo Augusto Mário , o país está literalmente paralisado, “e mais do que a queda do Governo há um
descontrolo total das receitas produzidas pelo país porque neste momento, não
há uma autoridade máxima para o controlo das contas públicas”.
“O Primeiro-ministro nomeado tem procurado
desdobrar-se em superministério tentando controlar todos os departamentos do
Estado. É absolutamente impossível! E neste momento estamos nesta situação de
paralisia total do país e com as receitas a pararem em destinos desconhecidos”,
afirmou.
Para o activista dos direitos humanos, a
administração pública está completamente paralisada porque há acções que devem ser
autorizadas pelos ministros, que na ausência do executivo, o Primeiro-ministro,
Baciro Djá, “nomeado inconstitucionalmente” é que faz as funções dos ministros.
Silva denunciou a situação de atraso na
constituição do Governo, que desde o empossamento de Baciro Djá, tem sido o
próprio a andar a despachar de Ministério em Ministério.
“O salário do mês de Agosto foi pago à 25 do
mesmo mês com recurso ao crédito bancário, ou seja a ordem de pagamento foi
dado pelo Primeiro-ministro, o que não é normal”, lamentou. ANG/FGS/SG
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