Bissau, 03 Set 15 (ANG)- O enviado especial da ONU
para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, garantiu haver “uma grande compreensão”
da comunidade internacional em relação ao actual momento que a Guiné Bissau atravessa.
Miguel Trovoada |
Segundo o jornal de Angola,Trovoada disse acreditar
que o momento actual é “um acidente de percurso” e que o Mundo está ao
lado dos guineenses.
Miguel
Trovoada, que falava numa entrevista à rádio das Nações Unidas à margem de uma
reunião do Conselho de Segurança que analisou a situação daquele país,
acrescentou haver vontade da comunidade internacional em convencer as elites
políticas guineenses a encontrarem formas de sair desta crise.
Para a resolução da crise, esclareceu, a comunidade internacional apostou numa
solução pacífica que privilegie o diálogo, a concertação e uma plataforma que
permita ultrapassar as diferenças que existem nas elites políticas sobre a
melhor maneira de construir o futuro do país.
Sobre a situação em Bissau, disse existir uma crise sem violência ou distúrbios
nas ruas, por os líderes políticos apelarem à calma, à serenidade, e ao
diálogo, e por os militares terem manifestado firme determinação de se absterem
do que consideram “querelas políticas”.
Estes aspectos, disse, indicam não haver razões para pensar que haverá desvio desse caminho, apesar de a crise por em causa as conquistas obtidas.
“Estavam a ser desenvolvidos programas. Os parceiros disponibilizaram recursos importantes à Guiné Bissau e algumas acções que o Governo estava a levar a cabo nos planos social, económico, financeiro e de infraestruturas conheceram algum êxito”, exemplificou.
Estes aspectos, disse, indicam não haver razões para pensar que haverá desvio desse caminho, apesar de a crise por em causa as conquistas obtidas.
“Estavam a ser desenvolvidos programas. Os parceiros disponibilizaram recursos importantes à Guiné Bissau e algumas acções que o Governo estava a levar a cabo nos planos social, económico, financeiro e de infraestruturas conheceram algum êxito”, exemplificou.
Acrescentou, “o Fundo Monetário Internacional elogiou o desempenho na
arrecadação de receitas, havia uma tendência para o PIB crescer 4,7 por cento e
foi retomado o fornecimento dos serviços sociais à população, como água e luz,
e a recuperação das infraestruturas. Foram dados passos importantes para
consolidar as reformas nos sectores da defesa e da segurança, da justiça e da
administração pública. Agora a crise paralisa tudo isso”, lamentou.
Sobre a percepção que a comunidade internacional tem
em relação à actual crise guineense, Miguel Trovoada disse que houve primeiro
estranheza, há um ano, quando foram realizadas as eleições gerais, que tiveram
uma grande participação dos cidadãos eleitores.A comunidade internacional, acrescentou, viu com agrado o restabelecimento da ordem democrática e da normalidade constitucional e o desempenho do novo Governo, que tinha um programa de três fases: de emergência, de contingência e, por último, desenvolvimento a médio prazo.
Trovoada refere que para a angariação de fundos, o Governo de Bissau solicitou e obteve uma resposta positiva da comunidade internacional, que realizou em 25 de Março, em Bruxelas, uma mesa-redonda em que participaram mais de 70 entidades internacionais, que decidiram apoiar a Guiné-Bissau com mais de mil milhões de dólares.
“A disponibilidade da comunidade internacional resultou da vontade manifestada pelo povo guineense em pôr fim ao ciclo de violência e estabilidade recorrente que dominou o país por anos.
“As pessoas participaram de forma maciça nas eleições e o eleitorado deu uma maioria clara ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Tudo estava indicado para que houvesse harmonia e um quadro de concertação e de colaboração institucional para o Estado funcionar da melhor maneira”, recordou.
O envolvimento da comunidade internacional situou-se a vários níveis. A ONU, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP apelaram ao diálogo para a resolução da crise, porque ficou a ideia de que a Guiné Bissau podia ser um verdadeiro caso de sucesso e de um novo paradigma para a saída de crises que afectam vários países. ANG/Jornal de Angola
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