Relatório propõe fim da missão da organização na
Guiné-Bissau em 2020
Bissau, 12 dez 18 (ANG) - Um relatório
de avaliação ao Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz
na Guiné-Bissau, divulgado na página da organização, propõe o fim da missão em
2020 e a reconfiguração da presença da ONU no país, noticiou terça-feira a Lusa.
O documento, realizado por um perito independente a pedido do
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai ser analisado na
sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, que vai discutir igualmente a
situação política na Guiné-Bissau.
Apesar de desde o fim do conflito político-militar em 1999 não
ter havido "violência generalizada" no país, o relatório considera
que a Guiné-Bissau se tem "mantido submersa num estado de instabilidade
política crónica que poderá tornar-se mais volátil durante as eleições".
"À medida que o país entra num novo ciclo eleitoral, que se
prevê que dure até meados de 2019, entende-se que tanto a UNIOGBIS, como a
Ecomib (força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental), são elementos dissuasores para as possíveis sabotagens ao
processo", refere o documento.
Caso as eleições decorram, mesmo com atrasos, e as tensões
políticas não atinjam proporções de crise, o relatório recomenda que se
"deve considerar a possibilidade de reconfiguração da UNIOGBIS e
estabelecer novas prioridades" para "reflectir um pilar de paz e
segurança mais coerente, ágil e eficaz, mais em sintonia com os pilares de
desenvolvimento e de direitos humanos".
Nesse sentido, o perito recomenda que o fim da missão decorra em
três fases, nomeadamente a fase eleitoral, a fase imediatamente a seguir às
eleições e a fase de transição e saída.
Na primeira fase, até Junho de 2019, a UNIOGBIS manteria a
configuração actual com prioridade para o apoio às eleições legislativas e
presidenciais.
Na segunda fase, a decorrer entre Junho e Dezembro do próximo
ano, a presença da ONU "deveria centrar-se no estabelecimento de condições
para levar a cabo um programa de reformas".
"Esse enfoque deverá incluir os preparativos para o plano
de transição da UNIOGBIS em coordenação com as autoridades nacionais e
associados internacionais", enquanto as restantes componentes da presença
da Nações Unidas se "ocupariam de promover a boa governação",
assessoria e apoio estratégico ao Governo para o "fortalecimento das
instituições democráticas", refere o documento.
Em relação à terceira fase, a terminar o mais tardar a 31 de
Dezembro, consistiria na transferência gradual das áreas da UNIOGBIS à equipa
da ONU no país.
O perito recomenda que a reconfiguração da UNIOGBIS tenha logo
início após a conclusão do ciclo eleitoral com o estabelecimento de uma missão
política na Guiné-Bissau mais reduzida e dirigida por um representante
especial.
O gabinete das Nações Unidas no país foi estabelecido em após o
fim do conflito político-militar.
O actual mandato da UNIOGBIS termina em Fevereiro de 2019.ANG/Angop
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