Rússia vai estabelecer base militar em Ilha
venezuelana
Bissau, 18 dez 18 (ANG) - A Rússia vai estabelecer uma base militar a
longo prazo na ilha venezuelana de La Orchila, a 200 quilómetros a nordeste de
Caracas, noticiou hoje a imprensa venezuelana.
A medida parece ser uma resposta à decisão dos Estados Unidos de
se retirarem do Tratado das Forças Nucleares de Nível Intermédio (INF) e como
medida de dissuasão perante as contínuas ameaças de Washington contra do
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro", indicou o portal Aporrea.
O mesmo portal, que cita a agência de notícias estatal russa
TASS, indicou que "as autoridades russas tomaram a decisão (e o Presidente
venezuelano Nicolás Maduro não se opôs) de levar aviões estratégicos a uma das
ilhas da Venezuela, no mar das Caraíbas, que tem uma base naval e um campo de
aviação militar".
"Em 2009, peritos e comandos das Forças Armadas russas já
tinham visitado a ilha de La Orchila. Após a visita, o então Presidente Hugo
Chávez (1999-2013) pôs La Orchila à disposição do antigo Presidente russo
Dimitri Medvedev, cada vez que a aviação russa necessite fazer uma paragem na
Venezuela para cumprir planos estratégicos", explicou.
Segundo o Aporrea, a recente visita de dois bombardeiros
nucleares russos, de longo alcance, Tu.160, um avião de transporte An-124 e um
avião de longo alcance IL-62, integrou essa iniciativa.
"As leis venezuelanas proíbem o estabelecimento de bases
militares estrangeiras no país, pelo que se desconhece como a presença russa
seria justificada do ponto de vista jurídico", precisou o portal,
considerado uma fonte de informação das forças políticas de esquerda da Venezuela.
Por outro lado, o Aporrea indicou que, de acordo com o coronel
Chamil Gareyev, perito militar do jornal russo Novaya Gozeta, "a ideia é
incluir a Venezuela em missões de aviação de longo alcance", o que trará
"benefícios económicos para as operações russas na Américas", disse o
militar.
"Os nossos bombardeiros estratégicos não só não terão que
regressar à Rússia, no final de cada missão, como também não necessitarão de
reabastecimento aéreo de combustível, nas missões de patrulha nas Américas. Os
nossos aviões Tu-160 chegam à sua base na Venezuela, realizam os voos, executam
missões e depois são substituídos de maneira rotativa", disse.ANG/Angop
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