Bruxelas considera “injustificada” expulsão do seu embaixador em Kinshasa
Bissau, 28 dez 18 (ANG) - A União Europeia lamentou, na quinta-feira,
a decisão das autoridades da República Democrática do Congo de expulsar o seu
embaixador em Kinshasa, considerando essa medida "totalmente
injustificada" e "contraproducente" a três dias das eleições
gerais, noticiou a Lusa.
"Hoje (quinta-feira), a ministra dos Negócios Estrangeiros,
(She) Okitundu, anunciou que o embaixador da UE, Bart Ouvry, deve deixar o país
em 48 horas. A UE lamenta essa decisão e considera-a totalmente
injustificada", afirmou um porta-voz da União Europeia, em declarações à
agência France Presse.
O porta-voz da UE sublinhou ainda que, "na véspera de
eleições muito difíceis na RD Congo (República Democrática do Congo), tal
decisão só pode ser vista como contraproducente".
O Governo da República Democrática do Congo deu na quinta-feira
à União Europeia um prazo de 48 horas para retirar o seu representante naquele
país africano, como retaliação pela manutenção das sanções europeias contra 14
personalidades congolesas.
A três dias das eleições presidenciais, legislativas e
provinciais, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Leonard She Okitundu,
justificou "o convite" para a União Europeia promover o retorno do
chefe de missão, o belga Bart Ouvry, como "medida que pune o comportamento
repreensível da pessoa em questão e, por outro lado, faz parte da reciprocidade".
Okitundu aludiu "às sanções infligidas unilateralmente pelo
Conselho da Europa a personalidades eminentes da RD Congo", entre as quais
o candidato presidencial Emmanuel Ramazani Shadary, delfim do Presidente em
exercício, Joseph Kabila, no poder de Janeiro de 2001 e impedido de se
recandidatar a novo mandato pela Constituição.
O membro do Executivo de Kabila acusou a União Europeia de
"não ter se debruçado" sobre o pedido que fez de
"levantamento" ou "suspensão" das sanções renovadas pelo Conselho
Europeu neste mês "até a realização de eleições gerais na RD Congo".
As sanções contemplam o congelamento de possíveis bens e a
proibição de atribuição de vistos a 14 personalidades do Governo do Presidente
Kabila acusados de violações dos direitos humanos .
Essas medidas sancionatórias, tomadas no início de 2017, foram
renovadas em 10 de Dezembro último por mais um ano, após o qual o Conselho da
Europa reavalia.
As eleições na RD Congo realizam-se no domingo, mas não em todo
o país.ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário