PM desvaloriza presença de Sissoco
Embaló em Adis Abeba
Bissau,
10 fev 20 (ANG) – O primeiro-ministro, Aristide Gomes desvalorizou domingo a
presença de Umaro Sissoco Embaló, em Adis Abeba, adiantando que da reunião da
CEDEAO sobre a Guiné-Bissau só pode sair a decisão de aguardar pela decisão
judicial sobre o resultado das presidenciais, noticiou a Agência de Notícias de
Cabo Verde(Inforpress).
“A única
coisa que pode sair daqui é que nós, como toda a gente, esperemos pela decisão
das instâncias judiciais do nosso país. É preciso que as instâncias judiciais
possam julgar os casos que existem a nível nacional”, disse Aristides Gomes.
O
primeiro-ministro guineense falava aos
jornalistas à entrada para a reunião de chefes de Estado e de Governo da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada à
margem da cimeira da União Africana, para analisar o impasse pós-eleitoral
resultante da divulgação dos resultados da segunda volta das presidenciais de
29 de Dezembro.
“Temos
o acompanhamento da comunidade internacional, e da CEDEAO em especial, mas sem
prejuízo do funcionamento das instituições, nomeadamente das judiciais”,
acrescentou.
Questionado
sobre a presença em Adis Abeba, para contactos com os chefes de Estado da União
Africana, do candidato dado como vencedor das eleições pela CNE, Umaro Sissoco,
Aristides Gomes desvalorizou.
“Qualquer
pessoa tem a possibilidade de se encontrar com estadistas em qualquer parte do
mundo. É preciso não dramatizar. Faz parte da construção da imagem de qualquer
actor. A imagem não é fundamental, é importante, mas não é fundamental”, disse.
No
mesmo sentido, considerou sem “qualquer importância” o país estar representado
por Suzy Barbosa na cimeira da União Africana.
A
Guiné-Bissau está representada na cimeira da UA por Suzy Barbosa, que se
demitiu de ministra dos Negócios Estrangeiros e a que o Presidente José Mário
Vaz deu “plenos poderes” de representação, em detrimento do primeiro-ministro,
Aristides Gomes, e da nova ministra dos Negócios Estrangeiros, Ruth Monteiro.
Aristides
Gomes considerou que esta representação não fragiliza o seu Governo, mas
questiona a legitimidade da delegação que representa o país, referindo que a
União Africana falhou em compreender a situação numa primeira fase.
O chefe
do Governo guineense aludia desta forma ao convite feito pela UA a Umaro
Sissoco Embaló para participar na cimeira, convite entretanto retirado.
Aristides
Gomes considerou ainda que existe muita agitação interna dos dois lados
envolvidos na situação.
“Estamos
à espera de uma decisão de validação ou não pelo Supremo Tribunal de Justiça do
trabalho realizado pela CNE através daquilo que apresenta como o seu mapa de
apuramento das eleições. Estamos à espera, mas há muita agitação de um lado e
de outro”, disse.
O
primeiro-ministro disse esperar dos parceiros da CEDEAO “a cooperação e o apoio
à Guiné-Bissau como um todo”. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário