África ainda ao
ritmo dos conflitos
Bissau, 07 fev
20 (ANG) - Os conflitos na Líbia, Somália, Moçambique, Sahel e em torno do Lago
Chade foram citados na abertura do Conselho executivo da União Africana (UA)
pelo presidente da Comissão, Moussa Faki Mahamat, como situações que geram
preocupações de segurança e empurram para o êxodo muitas populações devido aos
múltiplos ataques mortíferos registados.
O diplomata chadiano expressava-se na
abertura da reunião de chefes da diplomacia do bloco continental que prepara a
Cimeira da organização panafricana que arranca neste domingo na capital etíope.
A organização admite ter falhado no seu
objectivo algo utópico de por termo aos conflitos até este ano de 2020 e
escolheu como mote para o fórum "Fazer silenciar as armas para garantir
condições para o desenvolvimento de África".
Para além dos conflitos citados por
Mahamat fez-se também referência ao impasse no Sudão do Sul ou ainda a crises pré e pós eleitorais.
Nenhum exemplo foi citado. Do grupo faz
parte, nomeadamente, a Guiné-Bissau,
ainda à espera da tomada de posse do seu futuro presidente.
E isto por se continuar a aguardar por uma
resolução definitiva do contencioso eleitoral, após novo recurso por parte do
PAIGC, partido no poder cujo candidato teria sido derrotado pelo da oposição,
segundo dados reiterados esta semana pela Comissão Nacional de Eleições.
A reforma da UA deve de novo merecer as atenções dos estadistas,
um bloco de 55 países que após décadas de existência, tem tido um papel pouco
preponderante na gestão das crises, como actualmente na Líbia, e que é
confrontada com desafios orçamentais de vulto.
A Zona de comércio livre é outra prioridade à espera de
materialização numa altura em que a África do Sul deve suceder na presidência da organização ao Egipto.
O Cairo que deixa um balanço controverso,
tanto mais que no dossier líbio o presidente Abdel Fatah al-Sissi é tido como
próximo do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste da Líbia.
No que diz respeito à lusofonia este
Conselho executivo permitiu a estreia
de Verónica Macamo, ministra moçambicana dos negócios estrangeiros e
cooperação, como chefe da delegação de Maputo.
Na cimeira são aguardados aqui os presidentes de Angola, Cabo Verde e Moçambique,
evento para o qual foi também convidado o presidente cessante guineense, José
Mário Vaz. ANG/RFI
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