Sudão entrega
al-Bashir ao TPI
Bissau, 12 fev
20 (ANG) – As novas autoridades de Cartum anunciaram terça-feira a entrega do
antigo presidente ,Omar al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional(TPI).
"Todas as
pessoas acusadas pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devem responder às
acusações", afirmou terça-feira
Mohamed al-Taayichi, membro do Conselho Soberano do Sudão.
Foi desta forma que Cartun anunciou a
entrega do antigo Presidente sudanês al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional.
Há mais de dez anos, desde 2009, que os
juízes do TPI tentam trazer al-Bashir a Haia para responder por várias
acusações de genocídio e crimes cometidos pelas milícias governamentais durante
o conflito no Darfur, entre 2003 e 2008, em que morreram 300 mil pessoas.
Al-Bashir tornou-se um dos mais célebre
fugitivos do TPI, que emitiu dois mandados de detenção, em 2009 e em 2010, mas
que nunca foram cumpridos. Estima-se que al-Bashir tenha feito cerca de 150
viagens ao estrangeiro desde 2009.
O padre comboniano José Vieira, que viveu no Sudão, reage
ao anúncio que considera ser "surpreendente a todos os títulos".
"Há cerca de um mês, quando o
Presidente al-Bashir foi julgado por ter uma grande quantidade de dinheiro
estrangeiro em sua casa e foi julgado com uma pena pequena, houve grupos que
queriam que ele fosse julgado pelos crimes que ele cometeu no Darfur. Nessa
altura, falou-se que o governo sudanês não estava interessado em leva-lo a
tribunal por causa de Darfur",
descreve o padre comboniano.
"Ao mesmo tempo houve um grupo de
Darfur que levantou essa possibilidade; de o enviar para Haia para ele se
sentar no Tribunal Penal Internacional e responder pelos crimes de que é
acusado, nomeadamente, crimes de guerra e crimes contra a humanidade", prossegue.
Omar al-Bashir foi destituído do poder e
preso no passado 11 de Abril de 2019 pelo Exército sudanês depois de um um
levante popular, e substituído por um "conselho militar de
transição" que dirigira o país por dois anos.
O conflito do Darfur custou a vida a 300
mil pessoas e obrigou 2,5 milhões a deslocarem-se. ANG/RFI
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