Conselho de Segurança pede “cessar-fogo
duradouro” na Líbia
Bissau,
14 fev 20 (ANG) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) aprovou na quarta-feira, pela primeira vez desde a retomada do conflito
armado na Líbia, em Abril de 2019, uma resolução que insta a um
"cessar-fogo duradouro" no país.
De acordo com a agência
France-Presse, o documento foi aprovado por 14 dos 15 membros que compõem este
órgão das Nações Unidas. A Rússia absteve-se.
A resolução aprovada foi
objecto de um aceso debate durante três semanas e ilustrou as divisões
persistentes da comunidade internacional no que diz respeito à situação na
Líbia.
O Conselho de Segurança
da ONU é composto por cinco membros permanentes -- China, França, Rússia, Reino
Unido e Estados Unidos da América -- e 10 membros rotativos -- actualmente
integram este órgão a Bélgica, República Dominicana, Estónia, Alemanha,
Indonésia, Níger, São Vicente e Granadinas, África do Sul, Tunísia e Vietname.
O porta-voz da Missão de
Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês), Jean Alam,
lamentou hoje que os aviões da organização estejam a ser "impedidos"
de aterrar no país pelas forças leais ao marechal Khalifa Haftar.
Segundo a ONU, as forças
de Haftar, reconhecido como o homem forte do leste líbio e líder de uma das
facções que disputam actualmente o poder na Líbia, atacam regularmente a zona
onde opera o único aeroporto a funcionar em Tripoli.
Jean Alam acrescentou
que a situação está a dificultar os esforços humanitários na Líbia, uma vez que
as Nações Unidas não recebem "garantias de segurança" por parte das
forças pró-Haftar para que os aparelhos da organização possam aterrar no oeste
do país.
A Líbia, que possui as
reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso
num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em
2011.
A situação tornou-se
ainda mais crítica desde o início da ofensiva militar das forças do marechal
Khalifa Haftar, que avançou em Abril de 2019 contra Tripoli, a sede do Governo
de Acordo Nacional líbio estabelecido em 2015.
Uma cimeira
internacional foi realizada em Janeiro último, em Berlim, para tentar acabar
com o conflito civil líbio.
Na capital alemã, o
Governo de Acordo Nacional e o Exército Nacional Líbio acordaram uma trégua
impulsionada pelos respectivos aliados, Turquia e Rússia.
O cessar-fogo seria, no
entanto, violado poucos dias depois.
A ONU também tem denunciado
reiteradas violações do embargo às armas que pesa sobre a Líbia.
No passado fim - de -
semana, a UNSMIL anunciou em Genebra, na Suíça, que será realizada uma nova
ronda de negociações no dia 18 de Fevereiro sobre um acordo de cessar-fogo no
país.
Desde o início da
ofensiva das tropas de Haftar sobre Tripoli foram mortos mais de 280 civis e
cerca de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Perto de 150.000 líbios foram
deslocado. ANG/Angop
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