“Nenhuma força vai impor Presidente”,
diz DSP
Bissau,
20 Fev 20 (ANG) – O candidato declarado derrotado pela Comissão Nacional de
Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, defendeu quarta-feira
que não existe nenhuma força que irá impor um Presidente da República ao país.
Numa
mensagem em vídeo publicada nas redes sociais, Domingos Simões Pereira pediu
calma aos seus apoiantes e ao povo guineense em geral, dizendo-lhes para se
manterem serenos.
“Que se
mantenham serenos, que continuemos calmos, porque ninguém há-de vir de qualquer
parte do mundo para nos impor um Presidente da República que não foi o
escolhido pelo povo, que não corresponde ao que realmente está nas urnas”,
afirma Simões Pereira.
Na
terça-feira, em conferência de imprensa, a equipa de advogados de Umaro Sissoco
Embaló, dado pela CNE como o vencedor das presidenciais de 29 de Dezembro
passado, instou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)
a dar posse a Embaló.
Para os
advogados de Umaro Sissoco Embaló, a CEDEAO, “se quiser ser consequente com as
decisões que tem tomado” no processo político guineense, “só deve ordenar que o
Presidente eleito seja investido no cargo, sem delongas”.
Os
causídicos apontam o dia 27 para a tomada de posse, como também defende Umaro
Embaló, e consideram que o contencioso eleitoral suscitado por Domingos Simões
Pereira no Supremo Tribunal de Justiça é “extemporâneo e ilegal” e que não terá
qualquer efeito jurídico.
Domingos
Simões Pereira afasta qualquer possibilidade de a CEDEAO dar posse “a quem não
for eleito pelo povo guineense”.
“Nenhuma
força, nem outra entidade o vai fazer”, observa Simões Pereira.
O
também líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC,
no Governo) afirma-se triste ao constatar mensagens de divisão, de ódio, a
serem espalhadas entre os guineenses, lamentando que, mês e meio após as
eleições, ainda se mantenha a dúvida sobre “o verdadeiro vencedor” do sufrágio.
“De
facto, a verdade está nas urnas. Ao abrirmos as urnas saberemos quem foi o
escolhido pelo povo guineense. Abrir as urnas pode levar-nos 48 horas para
contar e sabermos quem é o Presidente escolhido pelo povo”, nota Simões Pereira.
O
Supremo Tribunal, que na Guiné-Bissau também tem as competências de tribunal
eleitoral, mantém um braço de ferro com a CNE a quem exige que faça o
apuramento nacional dos resultados eleitorais, conforme a lei.
A CNE,
que já publicou os resultados eleitorais, dando vitória a Embaló, com 53,55% de
votos, e atribuindo a Simões Pereira 46,45%, refere ter esgotado a sua
intervenção no processo eleitoral. ANG/Inforpress/Lusa
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