Embaló ameaça prender embaixador que acatar substituição de MNE
Bissau,
07 Fev 20 (ANG) – Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições
presidenciais da Guiné-Bissau, pela Comissão Nacional de Eleições, avisou
quinta-feira que vai mandar prender o embaixador do país que acatar a ordem de
substituição da chefe da diplomacia, anunciada pelo primeiro-ministro.
Evocando
motivos pessoais e políticos, a ministra dos Negócios Estrangeiros (MNE), Suzy
Barbosa, pediu a demissão do cargo, em 24 de Janeiro, e o primeiro-ministro,
Aristides Gomes, através de um despacho, aceitou o pedido, ordenando a sua
substituição no Governo pela ministra da Justiça, Ruth Monteiro.
Para Sissoco
Embaló, o ato de Aristides Gomes “não tem nenhum cunho legal e não deve ser
acatado pelos embaixadores” do país no exterior.
“Mas,
qualquer embaixador que acatar a ordem de Aristides Gomes, quando eu tomar
posse, a partir do dia 27, volta para o país sob custódia, preso”, declarou
Sissoco Embaló.
Para
Umaro Sissoco Embaló, um despacho nunca pode revogar um decreto presidencial e
Aristides Gomes “devia-se preocupar em pagar os salários” aos funcionários
públicos.
Suzy
Barbosa, deputada e membro do comité central do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), pediu a demissão do cargo de chefe
da diplomacia guineense, na sequência de críticas de que foi alvo ao ter sido
vista na companhia de Umaro Sissoco Embaló, nas visitas que este tem efectuado
a vários países.
No
despacho da sua substituição por Ruth Monteiro, o primeiro-ministro anunciou
que Suzy Barbosa está impedida de falar ou agir em nome da diplomacia e do
Governo da Guiné-Bissau.
A
Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou em 01 de Janeiro os resultados
provisórios da segunda volta das eleições presidenciais, sem, segundo o Supremo
Tribunal de Justiça, ter terminado o apuramento nacional.
Na
sequência de um recurso de contencioso eleitoral, de Domingos Simões Pereira, apoiado
pelo PAIGC, o Supremo Tribunal de Justiça já tinha emitido um acórdão a pedir o
cumprimento do artigo 95.º da Lei Eleitoral, tendo mais tarde, numa aclaração,
insistindo na necessidade de realizar o apuramento nacional.
A CNE,
por seu lado, tem alegado que concluiu o processo com a divulgação dos
resultados definitivos, que dão a vitória a Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo
Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), com 53,55% dos votos,
enquanto Domingos Simões Pereira teve 46,45%. ANG/Inforpress/Lusa
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