Universidade Lusófona não concorda com decisão do MEN
Bissau, 15 Jan 15 (ANG)
– A reitoria da Universidade Lusófona da Guiné (ULG) qualificou quarta-feira de
“não rigorosa, imparcial e transparente” a avaliação evocada pelo despacho do
Ministério da Educação Nacional (MEN) para ordenar a suspensão de três cursos
naquela instituição alegadamente por “não reunirem condições” para serem
administradas.
Em conferência de Imprensa,
o Reitor da Universidade Lusófona da Guiné (ULG), Rui Jandi considerou de
falsas as alegações feitas pelo MEN segundo as quais haveria falta de
informações que confirmem a existência e funcionamento dos órgãos internos de
controlo de qualidade científica das matérias ministradas nos cursos de Enfermagem
Superior, Engenharia Informática e Direito, tal como prevê a lei.
Em relação aos cursos
visados pelo despacho da Secretária de Estado do Ensino Superior no que diz
respeito, as más condições das infra-estruturas
para a licenciatura em Enfermagem
Superior, Jandi disse que a ULG tem
feito um grande investimento que visa dotar os alunos das melhores
infra-estruturas e cursos possíveis, desde a aquisição de um terreno próprio,
passando pela construção de vários edifícios dotados de várias salas, estando
neste momento a finalizar a preparação de um terceiro edifício onde irão
funcionar a partir do final do mês de Janeiro dois laboratórios: química e
biologia.
Acrescentou que para
além destes aspectos estruturais acresce o facto de que estrategicamente se ter
optado por tornar o curso de enfermagem Superior, um curso com grande
componente prática onde os alunos aprendem os conteúdos através da analise de
estudos de caso e de uma formação “on the job”.
Relativamente a qualificação dos docentes que,
segundo o ministério da educação não
garante o curso de Enfermagem Superior de qualidade, o Reitor da Universidade
Lusófona da Guiné (ULG) disse que neste momento o curso é constituído por um
corpo docente devidamente preparado, que
inclui 5 doutorados, 28 mestres e 6
licenciados.
Falando dos aspectos apontados pelo despacho do Ministério
da Educação Nacional sobre qualificações de licenciaturas que não tem um
enquadramento correspondente e reconhecido com base em critérios objectivas,
aquele responsável da ULG disse que é
estranho esta assunção na medida em que muitos dos “ nossos ex-licenciados em
Enfermagem Superior se encontram actualmente perfeitamente enquadrados no
mercado de trabalho, chegando mesmo a ocupar cargos de direcção em agências e
postos clínicos.
No que concerne as
qualificações dos docentes que ministram o curso de Engenharia informática, Rui
Jandi explicou que aquele departamento possui 7 mestres e 19 licenciados, tendo
a grande maioria do corpo docente obtido a sua formação no exterior sendo “a maioria profissionais especializados nos seus
domínios técnicos .
Em relação ao Curso
de Direito, Jandi fundamentou que a
Universidade desconhece por completo a existência de uma lei, decreto ou
estatuto que determina qual o plano de
estudos e os conteúdos programados a serem transmitidos a um curso de ensino
superior só e especificamente para a área do direito na Guiné-Bissau.
“Não havendo essa regulação do direito, a nível do ensino
superior compete á ULG aplicar o seu próprio modelo cientifico e pedagógico que
em momento algum terá de ser obrigatoriamente uma cópia de outros modelos em
prática no país”, disse.
Ainda a propósito do
curso de Direito, o reitor disse tratar-se de uma violação grave do direito de
unicidade e autonomia das instituições do ensino superior.
Por sua vez, o
Presidente do Conselho da Administração da ULG mostrou-se conciliador ao
esclarecer que o propósito da conferência de imprensa não é de desafiar as autoridades
do país e muito menos o Ministério da Educação Nacional, mas sim “colaborar” com o governo no sentido de
trabalharem em conjunto para ultrapassar o diferendo.
Tcherno Djalo
adiantou que o projecto educativo da ULG é um plano muito sério que já formou 5.ooo estudantes de diferentes cursos, 164
docentes entre os quais, 11 doutorados, 66 mestrados, 87 licenciados e ‘40 funcionários.
A ULG funciona desde 2008 e fez parte de um grupo de cerca de 20
instituições de ensino superior apontadas pelo Ministério de Educação como não
estando em condições de ministrar alguns cursos superiores que entretanto já ministram.
Em relação à algumas
instituições de ensino superior a ordem foi de encerramento mesmo .
ANG/LLA/PFC/JAM/SG
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