sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


Saúde Pública

Direcção do Hospital Raul Follereau satisfeita com suspensão da gestão da ONG Italiana  

Bissau, 16 Jan 15 (ANG) - A Direcção do Hospital Raul Follereau congratulou-se com a decisão da ministra da Saúde Publica de suspender o contrato de gestão do referido hospital, assinado  há dois anos com a ONG italiana AHEAD, para um período de cinco anos.
Aspecto do Hospital Raoul Follereau
Em conferência de imprensa realizada hoje em Bissau, a directora, Elisabete Martins justificou a medida do governo evocando a falta de transparência e o aumento de casos de mortes ocorridos  durante a gestão da AHEAD.

Elizabete Martins  disse que o numero de  óbitos era de   7 por cento  mas que atingiu os 12,6 por cento, em dois anos da gerência da organização italiana.

“De Julho a Dezembro de 2012, a doença matou 17 pessoas em 233 casos, o que corresponde à 7%, em 2013 no mesmo período registou-se 549 casos de tuberculose e morreram 66 pessoas, equivalem a 12% e em 2014 entraram no hospital 520 casos com 66 óbitos”, explicou.

Segundo a directora, no contrato a ONG se comprometeu  a investir 412 milhões de euros anualmente, o que  significa que, durante os cinco anos da sua gerência, deveria  investir  cinco milhões de euros.

“Ainda se comprometera a  tornar o Raul Follereau  um centro de referência nacional e até sub-regional, por ser um hospital de tratamento de tuberculose. Nada  fez”,disse.
Elisabete Martins disse que no início tudo corria bem, mas ao longo dos tempos começou-se a verificar anomalias.

Afirmou que,  primeiro cada doente tinha direito à 200g de arroz, mais 200g de carne, frango ou peixe por cada refeição mas que  passado algum tempo a comida passou a ser de grande quantidade mas de pouca  qualidade.

Indicou ainda vários aspectos dentre os quais a falta de colaboração, o atraso na preparação das refeições havendo períodos em que os familiares é que trazem comidas para os doentes.

Igualmente denunciou as dificuldades para se lavar as roupas dos doentes devido a avaria das máquinas de lavar, havendo período em que os doentes se permanecem com as mesmas roupas durante duas semanas.

Em relação ao peixe e  carne estragados  no frigorífico por falta de corrente eléctrica, a director do hospital informou que a quantidade da carne é de 122 quilogramas não 800 e 20 quilogramas de peixe  não 600, como anteriormente anunciado.

Disse que o hospital foi construído há muito tempo pelo que precisa de manutenção desde os materiais em uso nas casas de banho, lâmpadas, redes de protecção das janelas, e que em relação a estas situações  administração da ONG Italiana se limitou a fazer promessas de resolução que não foram cumpridas.

Elisabete Martins queixou-se que  a maioria dos aparelhos do laboratório não funciona e que os medicamentos levam muito tempo para serem adquiridos e que o hospital não tem ambulância.

“O serviço de radiológico não funciona há duas semanas porque o aparelho avariou e os doentes são obrigados a procurar outros serviços”, acrescentou a directora.

O Governo na pessoa da Ministra da Saúde Publica, Valentina Mendes anunciou recentemente a suspensão do contrato de gestão do referido hospital que havia sido celebrado há dois anos com a ONG italiana, alegadamente por esta não ter cumprido algumas cláusulas contratuais nomeadamente a entrega do relatório referente aos dois anos de gestão do hospital. ANG/LPG/SG

 

 

 

 

 

 

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