PRS considera de “sem efeito” deliberação da Comissão Permanente que chumba agendamento do programa do governo
Bissau,27 Fev 17(ANG) – O
Partido da Renovação Social(PRS) considerou que a reprovação do agendamento da discussão do
programa do governo pela Comissão
Permanente da Assembleia Nacional Popular não terá qualquer efeito.
Em conferência de imprensa
realizada hoje, o porta-voz do PRS, Victor Gomes Pereira disse que já
entregaram a plenária um recurso de protesto.
A reprovação do agendamento do
Programa do Governo, com o voto maioritário dos deputados do PAIGC, aconteceu
quarta-feira na reunião da Comissão Permanente da ANP constituída por 15
elementos nove dos quais do PAIGC e as restantes do PRS.
“Esta deliberação é incompetente,
inconstitucional, e inexistente no espaço e no tempo, e obriga a bancada
parlamentar do PRS a um recurso à plenária onde fundamenta, entre outros, que a ANP funciona
em regra geral em sessões plenárias e a título excepcional no intervalo das sessões
legislativas através da Comissão Permanente”, disse.
O porta voz dos renovadores sustenta que
não sendo dissolvida a ANP, nem tendo sido declarado o estado do sítio, importa
aferir se os actos praticados pela Comissão Permanente se inserem nos
intervalos das sessões.
“A Comissão Permanente apenas
estaria habilitada a praticar esses actos nos intervalos das sessões quer
ordinárias ou extraordinárias. Para que tal aconteça a ANP deveria agendar as
quatro sessões ordinárias anuais por serem obrigatórias condição sem a qual a
Comissão Permanente não funciona validamente”, referiu.
Victor Pereira sublinhou que,
deste modo e como a competência da Comissão Permanente depende do funcionamento
das sessões plenárias, os actos assim praticados estão desprovidos de quaisquer
efeitos jurídicos por serem inexistentes.
Em relação ao Acordo de
Conacri, Pereira acusou Alpha Condé de parcialidade, por não conseguir provar
em documento assinado pelas partes, o consenso à volta de um nome para
primeiro-ministro durante as negociações em Conacri.
“A este senhor
mediador/Presidente, o Partido da Renovação Social quer chamar a atenção de que
apesar da crise política vigente, a Guiné-Bissau vive um clima de paz social,
onde ninguém é assassinado, ou negado de exercer os seus mais elementares
direitos”, disse.
Victor Pereira disse que o
mesmo já não se pode dizer em relação a alguns países da sub-região onde numa
simples manifestação de reivindicação justa para garantir o acesso ao ensino e
à saúde se desemboca na maior parte das vezes em violência e mortes.
“Alpha Condé, o Presidente
mediador depois das suas inciciativas terem sido completamente ultrapassadas
pela posição intransigente da delegação do PAIGC, socorreu-se deste expediente
para se poder justificar perante seus pares”, disse.
Victor Pereira denunciou que durante o processo negocial, a delegação do
PRS foi coagida pelo Presidente mediador a não aceitar o nome de Umaro Sissoco,
um dos três nomes propostos, com o pretexto de que o mesmo não seria a pessoa
ideal para o cargo.
“E mais, o Presidente/mediador
no seu indisfarçável compromisso de apoiar o PAIGC proferiu ameaças veladas
durante as conversações contra o PRS e segundo as quais uma alegada directiva
do Conselho de Segurança deveria determinar
sanções contra políticos guineenses que não se conformassem com as
decisões saídas de Conacri, numa clara alusão à colagem às pretensões de Domingos
Simões Pereira”, informou.
ANG/ÂC/SG
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