Oslo acolhe conferência internacional para
mobilização de fundos para combate a mal nutrição severa
Bissau,
23 Fev 17 (ANG) - A Organização das Nações Unidas (ONU) realiza amanhã na
capital norueguesa, Oslo, uma conferência internacional de doadores destinada a
mobilizar 1,5 mil milhões de dólares norte-americanos para apoiar onze milhões
de pessoas nos países da Bacia do Lago Chade - Chade, Níger e Nigéria - onde,
segundo a organização, cerca de 500.000 crianças sofrem de malnutrição severa.
Em
declarações à ONU News sobre os últimos preparativos da conferência de
doadores, o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien,
disse haver grandes necessidades nas áreas afectadas pelo Boko Haram.
Stephen O’Brien afirmou que cerca de 8,5 milhões de pessoas vivem no Nordeste da Nigéria, nos Estados de Borno,Yobe e Adamawa, com uma grande concentração na cidade de Maiduguri, e que o esforço contínuo da ONU, parceiros e organizações não governamentais é feito em áreas onde há necessidades de alimentos, medicamentos, água potável e para melhorar as condições de ajuda a um grande número de deslocados a recomeçar a vida depois de perderem as casas.
O responsável humanitário apelou à generosidade dos doadores e propôs que “seja garantido o financiamento que vai ajudar a ONU e as ONG parceiras a chegar aos habitantes de áreas remotas e a trabalhar em áreas inseguras”. Também pediu que a conferência “marque um ponto de viragem” no auxílio à região africana.
As Nações Unidas estimam que 2,3 milhões de pessoas vivem como deslocados na Bacia do Lago Chade e que outros 7 milhões passam fome. Além da assistência às vítimas do conflito, as Nações Unidas pretendem evitar o retorno de crianças-soldado aos grupos armados.
A Conferência Internacional de doadores acontece depois de os directores-gerais da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), do Fundo da ONU para a Infância (Unicef) e do Programa Mundial da Alimentação (PAM) terem debatido nesta semana, por teleconferência, como combater a fome no Sudão do Sul, onde 5 milhões de pessoas enfrentam uma severa insegurança alimentar, sendo que a situação deve piorar neste ano.
No debate, José Graziano da Silva (FAO), Anthony Lake (Unicef) e Ertharin Cousin (PMA) deploraram a fome na nação mais jovem do mundo “causada pelo homem”, denunciaram que 4,9 milhões de sul-sudaneses, 42 por cento da população total do país, precisam de ajuda alimentar urgente, que milhões de pessoas em Unidade, no Norte do país, foram afectados pela fome e cerca de um milhão de sul-sudaneses correm o risco de passar fome nos próximos meses.
ANG/JA
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