José Ramos
Horta alerta para cansaço internacional com imbróglio político na Guiné-Bissau
Bissau,10 Fev 17
(ANG) - O antigo representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou quinta-feira aos líderes guineenses para o
cansaço da comunidade internacional perante o que diz ser um "imbróglio político" no país.
Convidado de honra
para um simpósio internacional sobre a reconciliação entre os guineenses, José Ramos-Horta reuniu-se com o líder do Parlamento, Cipriano Cassamá,
de quem disse ter recebido informações sobre a crise política que assola a
Guiné-Bissau há mais de dois anos.
"É urgente que os
irmãos da Guiné-Bissau encontrem uma solução para este imbróglio", defendeu José Ramos-Horta, até
porque "os doadores podem ficar cansados e alguns já o estão".
O antigo
Presidente de Timor-Leste afirmou que perante a conjuntura internacional,
"difícil e complexa",
dificilmente a crise na Guiné-Bissau poderá captar a atenção do Conselho de
Segurança ou do secretário-geral das Nações Unidas.
Mesmo não sendo
emissário de qualquer entidade da comunidade internacional, Ramos-Horta
prometeu falar com os líderes guineenses durante a sua estada em Bissau,
inclusive com o Presidente José Mário
Vaz, a quem vai pedir que "faça mais um esforço" para
promover o diálogo.
Também disse não
ser necessário dramatizar a situação porquanto, notou, o país não se encontra
em guerra e "apesar do imbróglio
político" registou um crescimento económico, afirmou.
José Ramos-Horta defende
serenidade e compromissos entre todos até porque, disse, faltam apenas dois
anos para a realização de novas eleições legislativas.
Para já, entende
que realizar eleições antecipadas, por si só, não iria resolver o problema, até
porque a comunidade internacional não estaria disponível para as financiar.
Timor-Leste foi um
dos principais financiadores das eleições gerais ocorridas em 2014 e na altura
José Ramos-Horta empenhou-se pessoalmente na realização do escrutínio.
ANG/Lusa
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