“Um em cada 10 comprimidos vendidos nos países em desenvolvimento são
falsos” revela OMS
Bissau,29 Nov 17(ANG) - Cerca de um em cada 10
medicamentos nos países em desenvolvimento são contrafeitos ou não cumprem os
requisitos mínimos, revela o Sistema Mundial de Vigilância e Monitorização de
produtos médicos de qualidade inferior e falsificados (GSMS), da OMS.
De acordo com o sistema criado pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), estes medicamentos são usados para tratar doenças como
a malária e pneumonia, e, provavelmente, responsáveis pela morte de dezenas de
milhares de crianças.
Esta é a primeira tentativa por parte da agência de
saúde da ONU de abordar o problema, com cerca de 100 estudos realizados por
especialistas, envolvendo cerca de 48.000 produtos médicos, sendo que 65% dos
considerados falsificados eram usados para tratar malária.
“Imagine uma mãe que não come, ou dispensa outras
necessidades básicas, para pagar o tratamento do seu filho, sem saber que esses
medicamentos não cumprem os requisitos mínimos ou são falsificados, e que esse
mesmo tratamento causa a morte do seu filho. Isto é inaceitável”, apontou o
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo o responsável pela agência, este problema
afeta os países mais pobres, nos quais entre 72.000 e 169.000 crianças podem
estar a morrer de pneumonia todos os anos, depois de receberem fármacos falsos.
Também os cientistas da Universidade de Edimburgo,
e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmaram que esta
contrafação de remédios pode ser responsável por mais de 116.00 mortes de
malária, principalmente em países da África subsariana.
Em 2013, a OMS lançou um sistema global de
monitorização voluntária, tendo recebido cerca de 1.500 queixas de medicamentos
problemáticos, que incluíam fármacos para doenças do coração, diabetes,
problemas de fertilidade, doenças mentais e cancro, tal como vacinas falsas
contra a febre-amarela e a meningite.
ANG/Lusa
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