PR sul-africano convoca reunião de urgência da comunidade da África
Austral
Bissau, 16 Nov 17 (ANG) – O chefe de Estado
sul-africano, Jacob Zuma, na qualidade de presidente da Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral (SADC), convocou para hoje uma reunião de
urgência da organização regional para analisar a crise político-militar no
Zimbabué.
Imagem de militares nas ruas de Harare |
A reunião, prevista para as 15:00 locais (11:00 em Bissau),
deveria decorrer em Gaborone, capital do
Botsuana, com participação dos chefes da
diplomacia de Angola, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia e do presidente do
Conselho da SADC.
Na quarta-feira, num comunicado em que manifestou
“preocupação”, Zuma instou o Governo zimbabuano e as forças armadas a
resolverem o “impasse político de forma amistosa”, salvaguardando a necessidade
de se manter a legalidade constitucional, uma vez que o contrário viola as posições
tanto da SADC como da União Africana (UA).
Até agora, ninguém utilizou a frase “golpe de
Estado” para definir uma crise iniciada com a tomada das ruas da capital,
Harare, pelas forças armadas, que mantêm o Presidente, Robert Mugabe, e a
mulher, Grace, em regime de prisão domiciliária, além de terem detido vários
ministros.
Um porta-voz das Forças Armadas negou tratar-se de
um golpe de Estado militar, limitando-se a indicar que a operação visa deter
“criminosos” ligados a Mugabe.
Segundo os meios de comunicação social locais, os
militares prenderam pelo menos três ministros com ligações às aspirações
políticas da “primeira-dama”, Grace Mugabe, que pretende candidatar-se à
vice-presidência, após o marido, Robert Mugabe, ter destituído desse cargo
Emmerson Mnangagwa.
A crise foi desencadeada precisamente pela
exoneração do vice-presidente, tido como um incondicional do partido no poder
(ZANU-PF) e veterano de guerra, previsível sucessor de Mugabe, actualmente com
93 anos e no poder desde que o país acedeu à independência, em 1980.
Informações oficiosas provenientes da vizinha África do Sul dão conta de que Mnangagwa está a negociar com a oposição zimbabuana e com os veteranos de guerra um governo de transição até às eleições de 2018, o que confirmará a teoria de que está em curso um golpe de Estado no Zimbabué. ANG/Inforpess/Lusa
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