Caracas considera sanções da União Europeia “ilegais, absurdas e
ineficazes”
Bissau, 14 Nov 17 (ANG) – O Governo da
Venezuela repudiou segunda-feira as sanções
impostas pela União Europeia,
considerando que a decisão pretende “impor medidas ilegais, absurdas e
ineficazes” contra o povo do país.
“O Conselho Europeu pretende convencer o mundo de
um suposto consenso entre os seus Estados-membros com o adoptar de medidas
hostis, quando a realidade é que as principias economias europeias exercem uma
forte pressão sobre os restantes governos e as próprias instituições da União
Europeia”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano em
comunicado.
Segundo o documento, a decisão da União Europeia
“viola descaradamente o direito internacional, seguindo a linha de conduta de
Washington”.
“As sanções atacam não só o povo venezuelano, como
também o quase um milhão de europeus que escolheram o nosso país como seu lar e
que sofreram directamente os impactos da violência política e económica causada
pela oposição nos últimos meses”, acrescenta.
O Governo de Maduro considera que as decisões da
União Europeia estabelecem um “precedente perigoso” nas suas relações com a
América Latina, salientando que se assumem com autoridade para “sancionar um
país soberano”.
A União Europeia decidiu segunda-feira, por
unanimidade, aplicar sanções à Venezuela, incluindo um embargo de armas e outro
material “que possa ser usado para a repressão interna”, e adoptou o quadro
legal para impor medidas contra os responsáveis.
“Complementarmente aos seus esforços políticos e
diplomáticos com vista a uma solução pacífica negociada para a crise política,
o Conselho decidiu por unanimidade adoptar
medidas restritivas, sublinhando a sua preocupação com a situação no país”,
lê-se nas conclusões sobre a situação na Venezuela, hoje adoptadas pelos
ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, reunidos em Bruxelas.
Sublinhando que as medidas foram concebidas de modo
a não lesar a população venezuelana, cuja situação a UE diz querer aliviar, os
chefes de diplomacia da UE esclarecem que as medidas agora formalmente
acordadas “consistem num embargo de armas e material relacionado que possa ser
usado para a repressão interna, bem como o quadro legal para proibição de
viagens e congelamento de bens”.
“Estas medidas serão usadas de uma forma gradual e
flexível e podem ser alargadas, visando aqueles envolvidos no desrespeito pelos
princípios democráticos ou Estado de direito e na violação de direitos humanos.
As medidas podem ser revertidas, dependendo da evolução da situação no país, em
particular na realização de negociações credíveis,
respeito pelas instituições
democráticas, adoração de um calendário eleitoral completa e libertação de
todos os prisioneiros políticos”, lê-se nas conclusões adoptadas pelo Conselho.
O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto
Santos Silva, esclareceu hoje, em Bruxelas, que as sanções aprovadas pela União
Europeia (UE) contra a Venezuela terão “alvos específicos e determinados” e
querem lançar o diálogo político.
ANG/Inforpress/Lusa
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