Covid-19: OMS saúda utilização de
medicina tradicional desde que clinicamente comprovada
Bissau,
05 mai 20 (ANG) –
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que reconhece os benefícios
da utilização de formas de medicação tradicionais, em particular em África,
saudando a utilização destes na procura de terapias no combate à covid-19,
desde que clinicamente comprovados.
“A OMS
reconhece que a medicina tradicional, complementar e alternativa tem vários
benefícios, e África tem um longo histórico de medicina tradicional, com os
praticantes a desempenharem um papel fundamental no cuidado das populações”,
refere um comunicado hoje divulgado pela agência das Nações Unidas.
No
documento, a OMS aborda o caso específico da artemísia, uma planta que está a
ser utilizada num produto desenvolvido em Madagáscar e que o Presidente do
país, Andry Rajoelina, garante que protege e cura a covid-19, doença provocada
por um novo coronavírus.
“Plantas
com propriedades medicinais, como a Artemisia annua [espécie de artemísia],
estão a ser consideradas como possíveis tratamentos para a covid-19 e a sua
eficácia e efeitos secundários devem ser testados”, aponta o comunicado.
A OMS
defende que o continente africano “merece usar medicamentos testados nos mesmos
moldes que os usados pelas pessoas do resto do mundo” e que, “mesmo que as
terapias tenham origem em práticas tradicionais e naturais, é fundamental
estabelecer a sua eficácia e segurança através de testes clínicos rigorosos”.
Nesse
sentido, a agência das Nações Unidas diz ter estado a trabalhar nos últimos 20
anos com países em África para assegurar um desenvolvimento seguro e eficaz da
medicina tradicional, fornecendo recursos financeiros e apoio técnico.
“A OMS
apoiou testes clínicos, levando 14 países a emitirem autorizações para a
comercialização de 89 produtos de medicina tradicional, que cumpriram
requisitos nacionais e internacionais. Destes, 43 foram incluídos em listas de
medicamentos essenciais à escala nacional”, refere a Organização Mundial da
Saúde, acrescentando que aqueles são utilizados para tratar pacientes com
infecções relacionadas com o VIH e diabetes, entre outras.
Ainda
assim, a OMS alerta que é necessário que haja cautela contra a desinformação
sobre a eficácia de certos remédios.
“Muitas
plantas e substâncias estão a ser apontadas sem a mínima prova de qualidade,
segurança ou eficácia. O uso de produtos para o tratamento da covid-19 que não
tenham sido fortemente investigados podem colocar as pessoas em perigo, dar uma
falsa sensação de segurança e distraí-los da lavagem de mãos e do
distanciamento social, que são cruciais na prevenção da covid-19”, constata o
comunicado.
A OMS
conclui, referindo que está aberta a “qualquer oportunidade para colaborar com
países e investigadores para desenvolver novas terapias”.
A nível
global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19
já provocou mais de 249 mil mortos e infectou mais de 3,5 milhões de pessoas em
195 países e territórios.
Mais de
um milhão de doentes foram considerados curados.
A
doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em
Wuhan, uma cidade do centro da China.
O
número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.800 nas
últimas horas, com mais de 44 mil casos da doença registados em 53 países,
segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário