CPLP/Angola acolhe centro de
informação da ONU para atender necessidades dos PALOP
Bissau,
05 mai 20 (ANG) – Angola vai acolher, em
breve, depois de 20 anos de negociações, o Centro de Informação das Nações
Unidas (UNIC), que vai atender às necessidades informativas dos Países
Africanos de Língua Portuguesa (PALOP).
O
anúncio foi feito segunda-feira pelo ministro das Relações Exteriores de
Angola, Téte António, numa mensagem por ocasião da celebração do 05 de Maio,
Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
“Todos
esses esforços e contributos de Angola, visam tão-somente projetar cada vez
mais este nosso importante instrumento de comunicação, que é a Língua
Portuguesa”, disse Téte António, referindo que “Angola tem, de modo reiterado,
ecoado a sua voz” na promoção da língua portuguesa nos fóruns internacionais.
Segundo
o governante, “é assim que com a contribuição do Governo angolano e dos
governos de outros países africanos de língua portuguesa, o português é hoje
uma das línguas de trabalho de organizações internacionais regionais de que
Angola é parte”.
O chefe
da diplomacia angolana destacou também que ao nível das sessões anuais da
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em que participam os
chefes de Estado e de Governo dos 193 países membros da organização, o primeiro
discurso é proferido em língua portuguesa.
Relativamente
ao Acordo Ortográfico de 1990, Téte António avançou que o Governo angolano está
a trabalhar para a sua ratificação, discutindo com os restantes membros dos
PALOP (Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe).
Téte
António avançou que, em sede do Instituto Internacional de Língua Portuguesa
(IILP), decorrem trabalhos para se encontrar algumas regras ortográficas que
possam atender a realidade linguística angolana, para que as mesmas se reflitam
no acordo, “que inclusive coincide com a realidade de línguas faladas em outros
Estados-membros da CPLP”.
O
governante angolano sublinhou que a língua portuguesa em Angola é um fator de
união, frisando que acresce a esse privilégio o facto de o país dispor de uma
enorme quantidade de línguas nacionais, tendo o português evoluído incorporando
realidades das línguas maternas, dado o seu convívio permanente.
“A
língua portuguesa exerce um papel diferenciador e exclusivo que aglutina todos
os angolanos em torno de uma língua comum, que apresenta particularidades
discursivas, pragmáticas, sintáticas, léxicas, morfológicas, fonológicas e
prosódicas”, afirmou.
A
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)
declarou, em novembro do ano passado, 05 de Maio como Dia Mundial da Língua
Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24
Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou
Uruguai.
A
UNESCO escolheu para a efeméride a data em que há uma década se celebrava o Dia
da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP.
O português
é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, ou seja,
3,7% da população mundial.
É
língua oficial dos nove países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de
organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o
Mercosul. ANG/Inforpress/Lusa
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