quarta-feira, 10 de novembro de 2021

          
   Cultura/Francesa Audrey Azoulay reeleita directora-geral da Unesco

Bissau, 10 Nov (ANG) – A francesa Audrey Azoulay foi reeleita para um segundo mandato de quatro anos como líder da Unesco, anunciou a organização das Nações Unidas sediada em Paris que promove a educação, a cultura e a preservação do património.

“As minhas felicitações sinceras em nome de todos os Estados-membros pela sua reeleição”, declarou Santiago Irazabal, embaixador permanente do Brasil na Unesco, que se tornou presidente da sua conferência geral.

Depois de ter sido ministra da Cultura no Governo do Presidente socialista François Hollande, Audrey Azoulay foi eleita pela primeira vez para dirigir a agência especializada da ONU em Novembro de 2017 e, como é tradição que os directores-gerais cumpram vários mandatos, era, desta vez, a única candidata, tendo obtido 155 votos em 165 votantes (nove contra e uma abstenção).

“Quero, em primeiro lugar, agradecer-vos do fundo do coração por esta confiança tão claramente expressa”, reagiu a directora-geral da organização, acolhida com aplausos no hemiciclo da Unesco.

A responsável sublinhou também “a unidade”, o “apoio de todo o mundo” que lhe foi manifestado “muito cedo”, o que considerou um sinal de “confiança mútua” dentro de uma instituição outrora muito dividida, que ela contribuiu para apaziguar durante o seu primeiro mandato.

Em meados de Outubro, o conselho executivo da organização (que tem 58 membros) tomou a decisão, por 55 votos de 57 membros presentes, de “recomendar” a sua candidatura, para cuja validação apelou na 41.ª sessão da Unesco, que começou hoje em Paris.

A reeleição de Azoulay parece consagrar a estratégia de despolitização da instituição que ela defendeu desde a sua eleição.

A segunda mulher a liderar a Unesco, Audrey Azoulay assumiu o cargo num contexto de deterioração das relações dentro da organização, devido à saída dos Estados Unidos e de Israel, que coincidiram com a sua eleição.

Os dois países acusavam a instituição de um viés pró-palestiniano, num cenário de questionamento frontal do multilateralismo pela Administração Trump.

Desaparecidas essas tensões, a equipa da directora-geral considera provável o retorno desses dois países à organização a médio prazo.

Nos últimos anos, a Unesco participou em vários projectos emblemáticos, como a reconstrução de Mossul, a ajudar ao património do Líbano após a explosão do porto de Beirute e acções em favor da educação durante a pandemia de covid-19.ANG/Inforpress/Lusa

 

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