EUA/NATO acusa Rússia de “conduta irresponsável” com alerta nuclear
“Esta
é uma retórica perigosa. É uma conduta irresponsável”, disse Jens Stoltenberg à
televisão norte-americana CNN, citado pela agência francesa AFP.
O
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mandou no domingo colocar em alerta
máximo as forças de dissuasão russas, que podem incluir a componente nuclear,
devido a “declarações agressivas” do Ocidente, no quarto dia de combates após a
invasão da Ucrânia.
“Ordeno
ao ministro da Defesa e ao chefe de estado-maior que ponham a força dissuasora
do exército russo em alerta especial de combate”, disse Putin numa reunião
televisiva com os seus chefes militares, citada pela agência AFP.
De
acordo com o secretário-geral da NATO, a nova declaração de Putin vem juntar-se
à retórica “muito agressiva” evidenciada por Moscovo “durante vários meses e,
particularmente, nas últimas duas semanas”.
“Não
estão apenas a ameaçar a Ucrânia, mas também os aliados da NATO e exigem que
retiremos todas as nossas forças armadas do flanco oriental da Aliança”,
acrescentou Stoltenberg.
Também
os Estados Unidos criticaram a ordem de Putin e acusaram o líder russo de estar
a “fabricar ameaças que não existem”.
“Em
momento algum a Rússia foi ameaçada pela NATO ou pela Ucrânia. (…) Resistiremos
a isto. Temos a capacidade de nos defender”, disse a porta-voz da Casa Branca
(Presidência), Jen Psaki.
Numa
outra entrevista transmitida hoje pela BBC, Stoltenberg apelou também aos
Estados membros da NATO para se unirem face à “retórica ameaçadora” de Moscovo.
“A
nossa mensagem é muito clara: os países da NATO defendem-se e protegem-se uns
aos outros. A NATO não quer guerra com a Rússia, não estamos à procura de
confrontação”, disse o antigo primeiro-ministro da Noruega.
“Somos
uma aliança defensiva, mas que não haja mal-entendidos ou erros de cálculo
sobre a nossa capacidade de defender aliados” face a possíveis ofensivas russas,
insistiu.
Em
resposta às acusações de Moscovo de “declarações agressivas das NATO”,
Stoltenberg negou qualquer responsabilidade da Aliança.
“Foi
a Rússia que iniciou a guerra, que está a conduzir uma invasão militar em larga
escala de uma nação soberana e pacífica, por isso não há dúvida de que a Rússia
é responsável. O Presidente Putin é responsável por este conflito”, disse.
“O
que estamos a fazer é simplesmente ajudar a Ucrânia, ajudando-os a fazer valer
o seu direito à autodefesa”, acrescentou Stoltenberg.
A
NATO não pode envolver-se em combates na Ucrânia por o país não integrar a
organização, mas vários dos seus Estados-membros, incluindo Portugal, enviaram
ou anunciaram o envio de armamento para ajudar as forças ucranianas a combater
os russos.
Antes
de ter ordenado a invasão da Ucrânia na quinta-feira, Putin exigiu garantias de
que esta antiga república soviética nunca será membro da NATO, que o Ocidente
recusou.
Em
2008, na cimeira de Bucareste, a NATO prometeu à Ucrânia e à Geórgia que se
tornariam membros da Aliança.
A
Rússia lançou um ataque militar de grande escala contra a Ucrânia na
quinta-feira, mas tem encontrado resistência por parte das forças armadas
ucranianas.
Trata-se
da segunda invasão russa da Ucrânia, depois de Moscovo ter anexado a Crimeia,
em 2014.
O
ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.
A
União Europeia (UE) e vários países decretaram sanções económicas contra
interesses da Rússia e individualidades como Putin e o seu chefe da diplomacia,
Sergei Lavrov. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário