Ucrânia/PM britânico rejeita “olhar para o lado” e admite intervenção militar
Bissau, 24 Fev 22(ANG) – O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu intervir de forma militar no conflito entre a Ucrânia e a Rússia, vincando que a invasão russa “deve acabar em fracasso” e que o Reino Unido “não vai olhar para o lado”.
Referindo
o direito soberano da Ucrânia à liberdade e democracia, disse: “Nós – e o mundo
– não podemos permitir que essa liberdade seja simplesmente extinta. Não
podemos e não vamos simplesmente olhar para o lado”.
Johnson
adiantou que, com outros líderes internacionais, vai preparar um “pacote
massivo de sanções económicas destinadas a abanar gradualmente a economia
russa”, defendendo o fim da dependência do petróleo e gás russo.
“A
nossa missão é clara. Diplomaticamente, politicamente, economicamente – e,
eventualmente, militarmente – esta operação hedionda e bárbara de Vladimir
Putin deve terminar em fracasso”, afirmou.
O
Governo britânico tem rejeitado a mobilização no futuro próximo de tropas
britânicas para a Ucrânia, alegando que o país não é membro da NATO, mas já
enviou material bélico e promoveu ações de treino dos soldados
ucranianos.
Reforçou
também a presença com soldados na Polónia e Estónia, no leste da Europa, e
mobilizou navios de guerra para o Mar Mediterrâneo e aviões de combate para a
base militar no Chipre.
O
primeiro-ministro britânico disse que “este ato de agressão desenfreada e
imprudente é um ataque não apenas à Ucrânia”, mas também “um ataque à
democracia e à liberdade, na Europa de Leste e em todo o mundo”.
Johnson
vai fazer uma declaração no Parlamento à tarde, onde deverão ser apresentadas
novas sanções económicas à Rússia.
Antes,
vai participar numa reunião por videoconferência está prevista com líderes do
G7 e pediu “uma reunião urgente com todos os lideres da NATO o mais brevemente
possível”.
Entretanto,
a ministra do Interior, Priti Patel, disse estar a acompanhar os
desenvolvimentos do conflito e disse que as autoridades britânicas estão
“especialmente atentas ao potencial de ataques cibernéticos e desinformação
provenientes da Rússia”.
“Há
trabalho em curso em todo o Governo 24 horas por dia, sete dias por semana,
para maximizar a nossa resiliência a esses ataques, o que seria recebido com
uma resposta adequadamente robusta”, vincou.
Além
de ter convocado o embaixador russo em Londres para explicar “a invasão ilegal
e não provocada da Ucrânia pela Rússia”, o Ministério dos Negócios Estrangeiros
aconselhou logo de manhã os cidadãos britânicos a saírem da Ucrânia
imediatamente, se possível, e a “ficarem dentro de casa, longe das janelas” se
não puderem sair.
Várias
companhias aéreas britânicas, nomeadamente a Wizz Air e a Ryanair, já
suspenderam voos entre o Reino Unido e a Ucrânia.
A
Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia,
com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as
autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras
horas.
O
Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de
ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da
Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a
“desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
O
ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional
e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e
Conselho de Segurança da ONU. ANG/Inforpress/Lusa
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