RCA/ Aberto inquérito sobre detenção de capacetes azuis
Bissau, 23 Fev 22 (ANG) - A República Centro Africana decidiu abrir um inquérito sobre a detenção de quatro militares da corporação da Legião Estrangeira do exército francês ao serviço da ONU.
O anúncio foi feito pelo procurador da República Centro Africana Laurent Lengande. Os capacetes azuis continuam detidos e as Nações Unidas exigem a sua libertação.
O Tribunal de Grande Instância de Bangui
decidiu abrir um inquérito depois de, na segunda-feira, quatro militares da
Legião Estrangeira terem sido detidos no aeroporto da capital da RCA. O anúncio
foi feito, esta terça-feira, por comunicado lido na rádio nacional pelo
procurador da República da RCA, Laurent Lengande.
Foi a presença de um veículo considerado
“suspeito” que alertou as forças de segurança mobilizadas para junto do
aeroporto para a chegada do presidente Faustin Archange Touadéra. “Um veículo
procurado pelos serviços de segurança desde há dois meses”, indicou o
procurador.
Dentro da viatura, quatro soldados
fardados e fortemente armados de nacionalidade “francesa, italiana, búlgara e
romena” disse o procurador. Segundo o exército francês e a ONU, os quatro
homens escoltavam ao aeroporto o general francês da força de manutenção da paz
da ONU (Minusca), Stéphane Marchenoir.
O procurador acha “estranho” o recurso a
um veículo todo-o-terreno preto, descaracterizado, blindado, com os vidros
fumados e matrícula centro-africana, em vez dos tradicionais jipes brancos
devidamente identificados com o logótipo das Nações Unidas. Laurent Lengande
acrescenta, ainda, o material bélico apreendido: quatro pistolas, metralhadoras
e granadas.
As imagens dos militares e do seu equipamento foram rapidamente
espalhadas pelas redes sociais, logo na segunda-feira à noite, acompanhadas das
acusações de “tentativa” de assassínio do presidente da RCA. A França e a
Minusca denunciam uma campanha de falsas acusações. Até ao momento as
autoridades de Bangui ainda não comentaram o caso.
Um alto responsável da ONU no país “foi recebido pelo presidente [Touadéra] com o objectivo de discutirem o dossier”, indicou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU. “Tentamos resolver esta questão para que possamos assistir o mais rápido possível à libertação dos quatro militares”, acrescentou.ANG/RFI
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