Moscovo/Rússia anuncia fim das manobras na fronteira com a Ucrânia e regresso de militares aos quartéis
Bissau, 16 Fev 22(ANG) – A Rússia anunciou hoje o fim das manobras militares e a partida de algumas das suas forças da península da Crimeia anexada da Ucrânia, onde a presença de tropas alimentou os receios de uma invasão.
“As
unidades do distrito militar do sul que completaram os seus exercícios tácticos
nas bases da península da Crimeia estão a regressar por via ferroviária às suas
bases de origem”, disse o Ministério da Defesa russo, citado pelas agências
russas.
A
televisão russa mostrou imagens nocturnas de um comboio que transportava
blindados através da ponte sobre o Estreito de Kertsch, construído a grande
custo pela Rússia para ligar a Crimeia ao território russo.
Na
terça-feira, Moscovo anunciou uma retirada “parcial” dos seus soldados
destacados durante semanas nas fronteiras da Ucrânia, um sinal de desescalada
após dois meses em que se receou uma invasão iminente, tendo como pano de fundo
a crise russo-ocidental.
Europeus
e norte-americanos continuam à espera de provas de uma importante retirada
militar russa, mas estão cautelosamente optimistas. A Rússia não especificou a
extensão ou o calendário da retirada.
De
acordo com o Ocidente, mais de 100.000 soldados estão destacados nas fronteiras
da Ucrânia com muito equipamento pesado. E as principais manobras
russo-bielorrussas prosseguem até 20 de Fevereiro na Bielorrússia, o vizinho
pró-russo da Ucrânia.
Os
ministros da Defesa da NATO reúnem-se entre hoje e quinta-feira, em Bruxelas. O
secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, comentou na
terça-feira que os mais recentes “sinais” vindos de Moscovo permitem um
“optimismo cauteloso”, mas sublinhou que não se vê ainda uma diminuição da
escalada no terreno.
Stoltenberg
falava numa conferência de imprensa no quartel-general da NATO, em Bruxelas, de
projecção de uma reunião de ministros da Defesa da organização que decorre
entre hoje e quinta-feira, e na qual Portugal estará representado pelo ministro
da Defesa, João Gomes Cravinho.
Apontando
que os ministros da Defesa dos Aliados terão ao longo dos dois dias de reunião
a oportunidade de discutir aquela que é “a maior ameaça à segurança europeia
das últimas décadas” – incluindo uma discussão, na quinta-feira, com o seu
homólogo ucraniano -, Stoltenberg disse esperar que seja possível avaliar “se
há sinais”, no terreno, de um efectivo desanuviamento ou não.
O
Ministério da Defesa da Rússia anunciou, na véspera da reunião ministerial da
NATO, que algumas das unidades que tinham sido enviadas para próximo das
fronteiras da Ucrânia iam regressar aos quartéis de origem por terem terminado
os exercícios militares em que estiveram envolvidas.
O
Ocidente acusou a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas
fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois de ter
anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A
Rússia negou sempre o desejo de guerra, mas exigiu garantias para a sua
segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da
Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Esta
exigência foi rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações sobre
outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a
infra-estruturas sensíveis. ANG/Inforpress/Lusa
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