Ucrânia/ Governo pede reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU
Bissau, 22 Fev 22(ANG) – A Ucrânia solicitou hoje uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas face “às acções ilegais da Rússia”, depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido a independência das regiões separatistas ucranianas.
“A
Ucrânia solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações
Unidas devido às ações ilegais da Rússia. Já enviamos o pedido ao Conselho”,
anunciou no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.
O
Presidente da Rússia reconheceu hoje a independência dos territórios
separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, com os quais assinou tratados de
amizade e assistência mútua com os líderes de Donetsk, Denis Pushilin, e
Lugansk, Leonid Pásechnik.
Segundo
Putin, a decisão foi tomada depois de receber hoje um pedido [de
reconhecimento] por parte de ambos os líderes separatistas pró-Rússia e depois
da Duma [câmara baixa do parlamento russo] ter enviado uma resolução com um
pedido de reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.
A
Rússia mobilizou ao longo das últimas semanas dezenas de milhares de militares
nas fronteiras com a Ucrânia, com o Ocidente a considerar estas movimentações
como uma preparação para a invasão ao país vizinho.
A
decisão de reconhecer ambas as repúblicas autoproclamadas foi apoiada quase por
unanimidade pelos membros do Conselho de Segurança da Rússia.
O
vice-presidente desse órgão, Dmitry Medvedev, comparou a situação com 2008,
quando ele, então como presidente da Rússia, tomou a decisão de reconhecer as
regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul.
Para
Medvedev, aquela medida “salvou centenas de milhares de vidas” naqueles
territórios.
Na
sua comunicação ao país, além de reconhecer a independência das repúblicas
populares de Donetsk e Lugansk, Vladimir Putin assegurou também que tomará
medidas para garantir a segurança da Rússia perante a recusa dos Estados Unidos
e da NATO em abordar as suas preocupações de segurança e renunciar à Ucrânia o
direito de fazer parte da Aliança Atlântica no futuro.
A
posição de Moscovo sobre estas repúblicas provoca um curto-circuito no processo
de paz resultante dos acordos de Minsk de 2015, assinados pela Rússia e pela
Ucrânia, sob mediação franco-alemã, já que estes visavam, precisamente, um
regresso dos territórios à soberania ucraniana.
ANG/Inforpress/Lusa
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