Sublevação militar/União Europeia declara
que condena qualquer tipo de violência na Guiné-Bissau
Bissau,11 Fev 22(ANG) - A embaixadora da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Sónia Neto, afirmou quinta-feira que a organização condena qualquer tipo de violência e que a defesa dos direitos humanos faz parte do princípio basilar do projeto europeu.
"A posição da União
Europeia e dos seus Estados-membros, como sabem, condenamos qualquer tipo de
violência. É inequívoca a nossa defesa dos direitos humanos, que fazem parte do
princípio basilar do projeto europeu", disse Sónia Neto, quando
questionada pela Lusa sobre os apelos das organizações da sociedade civil e dos
direitos humanos guineenses.
A Liga Guineense dos Direitos
Humanos (LGDH) endereçou quinta-feira uma carta ao secretário-geral das Nações
Unidas, António Guterres, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, e ao presidente da União Africana, Macky Sall, na qual a organização
pede uma "intervenção mais enérgica e vigorosa da comunidade internacional
sob pena de contribuir indiretamente para a instabilidade permanente, com
consequências sub-regionais".
Na carta a organização de
defesa dos direitos humanos acusa as autoridades políticas do país de alegado
"recurso sistemático a métodos ilegais tais como violência policial,
intimidações, detenções arbitrárias, raptos e espancamento de jornalistas,
ativistas cívicos e opositores políticos".
"Temos estado a
dialogar com quem nos procura", sublinhou a embaixadora da União Europeia,
que falava após um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco
Embaló, acompanhada dos embaixadores de Portugal, José Caroço, de Espanha,
Antonio Zavala, e de França, Terence Wills.
Antes, Sónia Neto já tinha manifestado a solidariedade da UE e dos seus
Estados-membros ao chefe de Estado e o
Governo.
"Consideramos que a
cultura da violência não deve fazer parte da democracia e, portanto, é nossa
firme convicção que devemos unir forças e reafirmar o nosso apoio à
estabilidade do país, ao diálogo no pleno respeito do princípio da
democratização, da boa governação e do respeito pelos direitos humanos e apoiar
inequivocamente o desenvolvimento sustentável do país, porque o povo assim o
merece", disse acrescentando, "um povo que merece toda a nossa
admiração pela sua resiliência, pela paz, pelos direitos humanos, pela
democracia, pela liberdade de imprensa".
Também quinta-feira, o
representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África
Ocidental, Mahamat Saleh Annadif, reforçou a solidariedade da ONU com o Governo
e o Presidente guineense, sublinhando que é "inaceitável que haja mais um
golpe de Estado na sub-região" e que "é preciso fazer tudo para que a
Guiné-Bissau não regrida".
Sobre o encontro com o chefe
de Estado guineense, Sónia Neto afirmou que serviu também para falar sobre a
próxima cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que vai decorrer em
Bruxelas em 17 e 18 de Fevereiro.
A cimeira, segundo a
embaixadora, será uma "oportunidade única para estabelecer as bases de uma
parceria renovada e mais profunda".
A presidente da Comissão
Europeia anunciou quinta-feira, no Senegal, um plano de investimentos para
África que mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros, o primeiro plano
regional no quadro da nova estratégia de investimento da União Europeia.ANG/Lusa
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