Ucrânia/Papa defende diálogo para resolver crise e diz que guerra é loucura
Bissau, 09 Fev 22(ANG) – O Papa Francisco defendeu hoje que a ameaça crescente de uma invasão da Ucrânia pela Rússia deve ser resolvida através de um diálogo sério e considerou que avançar para “uma guerra é uma loucura”.
“Continuamos
a implorar ao Deus da paz para que as tensões e ameaças de guerra sejam
superadas através de um diálogo sério e para que as conversas no formato
Normandia possam contribuir para esse fim”, disse às dezenas de fiéis reunidos
na Igreja Paulo VI, no Vaticano, para a audiência habitual das quartas-feiras.
Francisco
referia-se ao formato de negociação com a participação dos líderes da Ucrânia,
Rússia, Alemanha e França, sobre a região ucraniana do Donbass, controlada em
grande parte por separatistas pró-Moscovo. Estas negociações permitiram os
acordos de Minsk, que estabeleceram um frágil cessar-fogo entre as tropas
ucranianas e as milícias rebeldes naquela região do leste ucraniano.
“Não
esqueçamos: a guerra é uma loucura”, acrescentou o Papa, que quis agradecer aos
que responderam ao seu apelo para dedicar o dia 26 de Janeiro à oração pela paz
na Ucrânia.
Nesse
dia, Francisco pediu para se rezar pela Ucrânia “para que a fraternidade
floresça naquela terra e as feridas, medos e divisões sejam superados” e para
que “o diálogo e o senso comum” prevaleçam “entre os responsáveis pela Terra”.
O
Ocidente acusa a Rússia de estar a planear um ataque à Ucrânia e reforçou,
através da Aliança Atlântica (NATO), os dispositivos militares nos países do
leste europeu que fazem fronteira com a Ucrânia: Eslováquia, Polónia, Hungria e
Roménia.
A
tensão entre a Ucrânia e os russos existe sobretudo desde que a Rússia anexou a
província ucraniana da Crimeia em 2014.
Mas a
ameaça de um conflito mais sério e abrangente agravou-se, nos últimos meses,
com o Presidente russo, Vladimir Putin, a destacar cerca de 100 mil militares
para a fronteira com a Ucrânia.
A
entrada de vários dos países da antiga zona de influência da União Soviética na
NATO, como a República Checa, a Hungria, a Polónia, a Bulgária, a Estónia, a
Letónia, a Eslováquia e a Croácia, entre outros, irritaram Putin que, pretende
que a Ucrânia não siga o mesmo caminho, na sequência dos movimentos de
aproximação dos últimos anos. ANG/Inforpress/Lusa
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