Justiça/Domingos Simões Pereira impedido de deixar o país
pelo Ministério Público
Bissau, 23 Fev 22 (ANG) — O Ministério Público impôs a obrigação de permanência no país ao deputado e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), segundo um despacho citado pela agência Lusa,na terça-feira.
Segundo a Lusa, no despacho,
com data de 21 de fevereiro, o Ministério Público determina “aplicar ao
suspeito Domingos Simões Pereira a medida de coação obrigação de permanência”.
O Ministério Público
justifica atravès do Despacho assinado pelo Magistrado Fernando Mendes que essa decisão foi tomada devido
“à demora que a Assembleia Nacional Popular leva a responder” ao pedido de
levantamento de imunidade parlamentar do deputado e “tendo em conta o perigo que a mesma acarreta
para a investigação”.
Num outro despacho, com data
de 26 de janeiro, o Ministério Público pediu à Assembleia Nacional Popular para
“permitir” que Domingos Simões Pereira fosse “interrogado na qualidade de
suspeito”, em 01 de fevereiro, no âmbito do processo denominado Resgate.
Este processo está relacionado
com o alegado apoio financeiro por parte do Governo a instituições bancárias,
mas Domingos Simões Pereira alega que o acordo para essa ajuda foi assinado em
novembro de 2015, quando ele já não era primeiro-ministro, cargo que assumiu
entre julho de 2014 e agosto de 2015.
Na sequência dos dois
despachos do Ministério Público, a mesa da Assembleia Nacional Popular esteve
terça-feira reunida, seguida da conferência de líderes, mas não conseguiu o
quórum necessário para realizar a reunião da comissão permanente.
Entre sessões plenárias, a
comissão permanente pode decidir sobre o levantamento da imunidade parlamentar
a um deputado, mas antes é necessário pedir um parecer à comissão de ética
parlamentar, o que não aconteceu, disseram fontes parlamentares à Lusa.
Esta é a terceira vez que o
Ministério Público da Guiné-Bissau pede o levantamento da imunidade parlamentar
de Domingos Simões Pereira.
A primeira vez ocorreu em
2018 e a segunda vez em julho de 2021. O parlamento guineense recusou sempre
levantar a imunidade do deputado.
Em 2021, na sequência do
pedido, a comissão de ética do parlamento decidiu unanimemente não levantar a
imunidade do líder do PAIGC por falta de existência de elementos suficientes
que justificassem o levantamento.ANG/Lusa
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