UE/África/Von der Leyen quer avançar com “investimento substancial” em África na cimeira
Bissau, 16 Fev 22(ANG) – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje ambicionar um acordo sobre “investimento substancial” em África durante a cimeira da União Europeia (UE) com União Africana (UA) em Bruxelas, para inverter os “danos da covid-19”.
“Na
cimeira, iremos discutir um investimento substancial para inverter os danos da
covid-19 e para dar aos jovens africanos a educação que merecem. 2022 é o Ano
Europeu da Juventude e, por isso, trabalhemos em conjunto para que o seja
também para os africanos”, afirmou Ursula von der Leyen.
Intervindo
por videoconferência no 7º Fórum Empresarial UE-África 2022, um dia antes de os
dirigentes da União Europeia e da UA, bem como dos respectivos Estados-membros,
se reunirem em Bruxelas para a sexta cimeira conjunta, a líder do executivo
comunitário disse esperar que o encontro de alto nível permita “criar novas
ligações entre os povos para apoiar a África e para a Europa a curar e
recuperar”.
“E,
após a cimeira, caberá aos povos africano e europeu tirar o máximo partido
destas novas ligações”, acrescentou.
Relativamente
à pandemia, e um dia após o anúncio de doação de 100 milhões de euros às
entidades reguladoras africanas de medicamentos para melhorar a segurança
sanitária, Ursula von der Leyen apontou que a medida irá permite ao continente
africano “produzir os seus próprios produtos farmacêuticos”.
“E
este esforço só será bem sucedido se tanto o sector público como o privado do
país, por exemplo melhorando a regulamentação e os sistemas de saúde, mas
também transferindo tecnologia médica e, claro, abrindo instalações em África”,
elencou.
Até
agora, Bruxelas já mobilizou cerca de três mil milhões de euros para o
mecanismo de acesso a vacinas anticovid-19, Covax, o equivalente a cerca de 400
milhões de doses.
A UE
é também uma das maiores doadoras de vacinas a África, tendo mobilizado,
juntamente com os Estados-membros, mais de 130 milhões de doses para os países
africanos e intensificado o apoio à administração de vacinas.
“O
nosso objectivo é levar este número a mais de 450 milhões de doses de vacinas
doadas até ao verão. Penso que partilhar vacinas é sinal de nos preocupamos e
partilhar tecnologias e capacidades é ainda mais importante”, salientou Ursula
von der Leyen.
Também
intervindo por videoconferência na sessão, o presidente da Comissão da União
Africana, Moussa Faki Mahamat, apontou que, devido à pandemia, “o crescimento
económico em África foi afectado e o crescimento económico foi prejudicado”,
com 39 milhões de cidadãos em risco da pobreza extrema.
“Espero
que o crescimento prossiga, com o apoio da comunidade internacional para esse
efeito”, acrescentou Moussa Faki Mahamat, esperando ainda “parcerias sólidas
entre os governos para promover uma retoma económica forte” em África,
nomeadamente com a UE, que é “uma das principais fontes de investimento externo
e o primeiro destino das exportações africanas”.
Segundo
o responsável africano, os investimentos europeus em África ascendem a 30 mil
milhões de dólares por ano (cerca de 26 mil milhões de euros), mas esta verba
“está longe das expectativas e necessidades” dos países.
O
encontro diplomático de alto nível, que se realiza na quinta-feira e na
sexta-feira em Bruxelas, visa estabelecer as bases de uma parceria UA-UE
renovada e aprofundada, esperando-se desde logo um pacote de investimento
África-Europa, tendo em conta desafios como as alterações climáticas e a crise
sanitária da covid-19.
Em
discussão estarão ainda questões como a estabilidade e a segurança.
ANG/Inforpress/Lusa
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