Moçambique/Filipe Nyusi pede ajuda à UE para financiar força conjunta
Bissau, 10 Fev 22 (ANG) - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu ajuda à União Europeia para financiar as forças militares do Ruanda e da SADC no combate aos terroristas em Cabo Delgado, no extremo norte do país.
O Pedido foi
feito no âmbito de uma visita de três
dias a Bruxelas onde manteve encontros com dirigentes da União Europeia.
O chefe de Estado começou por referir, em
conferência de imprensa, que o "combate envolve altos custos para os parceiros"
e que, caso não existam apoios, as operações de combate ao terrorismo podem ser
afectadas.
Filipe Nyusi salientou depois que o Estado
moçambicano não tem condições para financiar a força conjunta: "Nós temos de fazer
parte da mobilização de apoios para os nossos parceiros que estão a combater
connosco. Nós não temos para dar, apesar de haver muito esforço, não terímos
como dar. Vontade não nos falta".
Apesar disso, garantiu que tem estado a
fazer um trabalho ao nível de parcerias, não só com a União Europeia, como
também com a União Africana.
"Se pudermos fazer parte do grupo conjunto que
mobiliza apoios para os nossos parceiros isso faremos, não só com a União
Europeia, mas também com outros parceiros que temos a nível internacional e fiz
esse trabalho também em Addis Abeba com a União Africana",
salientou, recordando a sua visita à Etiópia, onde participou, este mês de
Fevereiro, na 30ª Sessão Ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de
Governo da União Africana.
Filipe Nyusi deu depois garantias de que Moçambique irá receber
apoio ao nível de equipamentos, mas não deu mais pormenores sobre o assunto. "Dentro
de dias, de certeza que vamos ter apoios ao nível de equipamento que a UE usa e
que está nos Camarões",
referiu.
Quanto ao terrorismo em Cabo Delgado, no extremo norte do país, o
chefe de Estado deixou claro que ainda existem riscos substanciais na região.
"Deixámos
claro que prevalecem riscos substanciais, apesar de a situação ser
encorajadora, termos ocupado as sedes distritais e algumas bases [terroristas]
todas destruídas",
disse ainda, no encontro que manteve com os jornalistas.
Filipe Nyusi reiterou depois que a situação pode "a qualquer momento voltar a evoluir e
expandir-se para outras regiões do país e mesmo fora das fronteiras".
Recorde-se que a província de Cabo Delgado sofre, desde 2017, ataques dos insurgentes, que já fizeram centenas de mortos ao longo dos últimos anos.ANG/RFI
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