Tentativa de golpe de Estado/Porta-voz do Governo defende que o Estado guineense é capaz de fazer inquéritos de forma “isenta, justa e transparente”
Bissau,21 Fev 22(ANG) – O ministro
do Turismo e Artesanato e Porta-voz do Governo afirmou que o Estado da
Guiné-Bissau é capaz de fazer um inquérito “isento, justo e transparente ”, sobre
a tentativa de golpe de Estado ocorrida à 01 de Fevereiro.
Em entrevista exclusiva concedida hoje à Agência de Notícias da Guiné(ANG), Fernando Vaz questiona sobre em que país de ouviu dizer que peritos internacionais foram envolvidos nos inquéritos sobre um golpe de Estado ocorrido nesse país.
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde,
Domingos Simões Pereira, defendeu recentemente a presença de peritos
internacionais no inquérito “ao que realmente se passou” no ataque ao Palácio
do Governo.
Em entrevista à Agência Lusa e à RFI, Domingos Simões Pereira(DSP) sugeriu
a presença de elementos da DEA, agência norte-americana de combate ao tráfico
de droga, e da Polícia Judiciária portuguesa, salientando que aquelas entidades
sempre apoiaram as autoridades do país no combate ao narcotráfico.
Referindo-se à decisão da
CEDEAO de enviar uma força de apoio à estabilização da Guiné-Bissau, que
enfrente a oposição de vários partidos políticos, o Porta Voz do Governo diz
que foi o líder do PAIGC quem defendeu, na altura, a vinda ao país das Forças
da CEDEAO mas que hoje ele se insurgiu contra o regresso dessa Força ao país.
Fernando Vaz sublinhou que,
na altura foi uma forma que o DSP encontrou para procurar um sítio para segurar.
Perguntado sobre em que pé
se encontra os trabalhos de investigações sobre a tentativa de golpe de Estado,
por parte da Comissão Interministerial criada para o efeito, volvidos 21 dias,
aquele responsável, disse que, infelizmente, essa Comissão ainda não pronunciou
nada, mas que os trabalhos estão em
curso.
“Eu na qualidade de Porta
Voz do Governo, não estou em condições, com os trabalhos ainda em curso, para
avanaçar com qualquer informação que poderá posteriomente não vir a
confirmar-se. Portanto, vamos dar mais algum tempo para que a Comissão termine
os trabalhos e posteriormente tornar público os resultados”, disse.
Instado a dizer o que está a motivar tanta demora no processo,
de investigação da tentativa de golpe de Estado, o Porta Voz do Governo disse dever-se
ao facto de muitos suspeitos ainda estão se encontrarem à monte, acrescentando
que, um processo do género só termina quando todos os suspeitos forem auscultados e
escurtinadas todas as situações para que amanhã não se diga que a Comissão não
fez o trabalho como deve ser.
Questionado sobre alegado
envolvimento de alguns políticos na tentativa de golpe de Estado de 01 de
fevereiro, Fernando Vaz disse que, até agora nenhum político foi preso.
“Não costumo comentar suposições
e aquilo que se fala nos bastidores e redes sociais. Vamos esperar pela
Comissão de Inquérito e se houver políticos envolvidos têm que ser presos como
qualquer um, seja ele militar, civil ou
não”, frisou.
Confrontado com a situação de
a Comissão de Inquérito ainda não concluir os trabalhos e mas se fala, nos
bastidores, das detenções de alguns militares e civis suspeitos de envolvidos
na tentativa de golpe de Estado, Fernando Vaz respondeu que isso é sinónimo de que a Comissão está a trabalhar.
“Não houvesse as detenções é
porque não houve tentativa de golpe de Estado. Há pessoas implicadas e outras em
fuga, portanto existem outros presos para se prosseguirem com os trabalhos”,
disse.
No dia 01 de Fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da
Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do
Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno
Nabiam, e provocaram oito mortos.ANG/ÂC//SG
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