Sublevação militar/Sissoco
Embaló acusa três narcotraficantes de tentativa de golpe em Bissau
Bissau,11 Fev 22(ANG) - O
Presidente da República acusou o ex-chefe da Marinha Bubo Na Tchuto e outros
dois homens - condenados nos EUA por tráfico de droga -, de serem os
responsáveis pelo ataque ao Palácio do Governo, a 1 de Fevereiro.
Umaro Sissoco Embaló citou à
imprensa os nomes do ex-contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, líder da
Marinha na primeira década dos anos de 2000, Tchamy Yalá, também ex-oficial, e
Papis Djemé.
Os três acusados foram
detidos após os acontecimentos da semana passada, segundo o chefe de Estado
guineense.
"Não estou a dizer que
são os políticos que estão por trás disto, mas a mão que carrega as armas
é de pessoas ligadas aos grandes cartéis de drogas", disse
Umaro Sissoco Embaló.
O Presidente da República
lembrou que todos os três homens tiveram problemas com a justiça
norte-americana.
Os homens foram presos em
abril de 2013 por agentes da DEA a bordo de um barco em águas internacionais na
costa da África Ocidental.
De acordo com a justiça
norte-americana, os agora acusados tinham negociado, nos meses anteriores à
detenção, com investigadores norte-americanos que se faziam passar por
representantes de narcotraficantes sul-americanos, a importação para a
Guiné-Bissau de cocaína que seria depois distribuída pela América do Norte e
pela Europa.
José Américo Bubo Na Tchuto
foi assinalado como traficante de droga pelo Tesouro dos Estados Unidos, tendo
sido condenado em 2016 a quatro anos de prisão em Nova Iorque. Já Tchamy Yala e
Papis Djemé foram condenados em 2014, também em Nova Iorque, a cinco e seis
anos e meio de prisão, respetivamente. Desde então, regressaram à Guiné-Bissau.
No dia 1 de Fevereiro,
homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um
Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco
Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, e de que resultaram 11 mortos.
O Presidente Sissoco considerou tratar-se de
uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente
relacionada com o tráfico de droga".ANG/DW
Sem comentários:
Enviar um comentário