Inspecção-geral
do Comercio empenhado no combate à venda clandestina aos países vizinhos
Bissau, 27 Mai 14 – (ANG) – O Inspector-geral
do Comércio considerou que a complexidade nas nossas fronteiras terrestres
dificulta o combate a venda clandestina do caju aos países vizinhos principalmente
Senegal e Gâmbia.
André Nanque que falava em
entrevista exclusiva á ANG, disse que a instituição que dirige já criou, em conjunto
com os seus parceiros, mecanismos necessários para estancar a saída clandestina
deste produto estratégico nas nossas fronteiras terrestres.
Segundo ele, fazer o controlo
via marítima é mais complicado porque o país não dispõe de meios necessários
para o efeito.
“Nas vias terrestres os
nossos agentes estão a trabalhar em colaboração com o Guarda Nacional”, disse Nanque
acrescentando que estão envolvidas nesse combate as delegacias policiais das zonas Norte
(Cacheu) e Leste (Cambadju), dois postos mais críticos e por conseguinte mais
vigiados nos quais já se registaram algumas apreensões.
André Nanque disse que
muitas toneladas de castanha de caju saem para o Senegal e Gâmbia devido a
vulnerabilidade das nossas fronteiras.
“A nossa fronteira só existe nitidamente na
parte de Djegué e Cambadju, mas ao longo daquele curso não existe fronteira
praticamente. Há uma zona neutra ocupada com cajueiros dos dois países de forma
que os nossos cajus estão juntos e muitas das vezes a população usa meios de transporte
simples, caso de bicicleta, para levar a nossa castanha para o outro lado da
fronteira “ lamentou.
Este responsável máximo dos
controladores da compra e venda no país, reconheceu que é tão difícil fazer
cobro a este flagelo mas garante que vão continuar a lutar para reduzir esta
pratica que prejudica o estado.
Sobre o preço base fixado
pelo governo, no valor de 250 fcfa o quilo, André Nanque afirmou que está a ser
respeitado pelos intervenientes no sector em todo o território nacional, e disse
que o seu pelouro dispõe de informações segundo as quais, em algumas zonas do
país, caso concreto de Bigeni, a castanha esta a ser comprada a 300 fcfa o
quilo.
André Nanque reconheceu que
há sempre tentações de países vizinhos, mas convida aos produtores guineenses a
absterem-se dessa prática, prejudicial a economia nacional.
A Inspecção Geral do
Comercio conta com cerca de 169 inspectores sendo 83 permanentes e 86 em regime
de contratado, por um período de três meses, isto é, até ao fim da presente
campanha de comercialização de caju.
ANG
/ MSC/SG
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