quarta-feira, 28 de maio de 2014

Internacional


FMI organiza conferência sobre África em Maputo

Bissau, 28 Mai 14 (ANG) - O crescimento económico registado em África durante a crise internacional será um dos temas da conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) "África em Ascensão", que arranca na quinta-feira, em Maputo, com a participação da directora-geral da instituição, Christine Lagarde.

Cinco anos após a realização da Conferência da Tanzânia, o FMI organiza em Moçambique um novo encontro dedicado a África, propondo uma reflexão sobre a "resistência" que o continente demonstrou face à propagação dos efeitos do abrandamento dos mercados mundiais e aos desafios que os países africanos enfrentam na definição de políticas económicas sustentáveis e inclusivas.

 Intervenções de Christine Lagarde, directora-geral do FMI, de Armando Guebuza, Presidente moçambicano, e de Manuel Chang, ministro das Finanças de Moçambique, deverão assinalar, na quinta-feira, a abertura do encontro, numa cerimónia que ficará também marcada pela transmissão de uma mensagem em vídeo do diplomata ganês Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas.

 Ao longo dos dias 29 e 30 de Maio, o Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, receberá pelo menos oito painéis de discussão, que irão reunir "decisores políticos de África e de outras partes do mundo, o sector privado e a sociedade civil, académicos e fundações privadas", segundo informa o sítio electrónico criado a propósito do evento.

 Entre os vários temas propostos, destacam-se, no primeiro dia, os painéis "Oportunidades e Desafios na África subsaariana" e "Potencialização dos Recursos Naturais de África em Benefício das Gerações Presentes e Futuras", enquanto na sexta- feira as atenções se irão voltar para a "Transformação Estrutural e Desenvolvimento do Sector Privado na África Subsariana".

 Portugal estará representado na conferência por Leonardo Mathias, secretário de Estado adjunto e da Economia, que intervirá na quinta-feira no debate "Criação de Mercados Financeiros Mais Profundos, Alargados e Sustentáveis", sendo acompanhado pelos governadores do Banco de Moçambique e da Tanzânia, respectivamente Ernesto Gove e Benno Ndulu, entre outros intervenientes.

Estarão também presentes na conferência os responsáveis da pasta das finanças do Uganda, Maria Kiwanuka, dos Camarões, Alamine Mey, do Ghana, Seth Perker, do Mali, Bouaré Sissoko, do Burkina Faso, Lucien Bembamba, assim como do primeiro-ministro da Costa do Marfim, Daniel Duncan, que acumula o cargo de ministro das Finanças.

A China, um dos principais impulsionadores económicos de África nos últimos anos, estará representada pelo vice-presidente do Fundo de Desenvolvimento China-África, Wang Wong, ao passo que o Japão, que, embora mais recentemente, também tem dado mostras do seu interesse pelo continente, assinalará a sua presença através do vice- presidente da agência de cooperação japonesa, Hideaki Domichi.

Com uma taxa média de crescimento anual ao longo da última década de cerca de sete porcento, a escolha de Moçambique para país anfitrião da conferência parece metaforizar a mensagem do FMI de que o lado com mais impacto da crise financeira de 2008 já faz parte do passado e que a retoma das economias mundiais é agora a única agenda da organização financeira.

Angop


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